PORQUE HOJE É DOMINGO... * 9
- A Septuaginta é uma tradução grega da Bíblia Hebraica (o que os cristãos chamam de Antigo Testamento) feita entre os séculos III e I a.C. em Alexandria, no Egito. O nome “Septuaginta” vem do latim e significa “setenta”, em referência à lenda de que a tradução foi feita por 70 ou 72 estudiosos judeus.
- A Septuaginta é especialmente significativa porque foi a versão das Escrituras usada por muitos judeus da diáspora que já não falavam hebraico, e mais tarde, foi amplamente adotada pelos primeiros cristãos. Além disso, algumas diferenças entre a Septuaginta e o texto hebraico massorético, que é a base das Bíblias hebraicas atuais, têm relevância para os estudos bíblicos e teológicos.
A ALEXA DA AMAZON
Mas às vezes falha. Por exemplo, nem sempre distingue as afirmações das perguntas. Há pouco, fiz uma pergunta e ela entendeu-a como afirmação.
— Alexa, tu és boa?
— Você diz isso p'ra todas, n’é?!
escrito por ai.valhamedeus
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Reuniram-se, hoje e no santuário de Fátima, milhares de motociclistas para mais uma Bênção dos Capacetes.
À parte a atração do ritual, à parte os atos de solidariedade e de comunhão interpessoal,... estiveram lá motoqueiros (ouviram-se alguns, mas supõe-se serem muitos os) convictos de que um capacete abençoado protege mais do que um capacete por abençoar.
Crença na proteção da Virgem Mãe de Fátima. Crença não só não confirmada como desmentida pelos factos. Não faltam aí provas de que a Virgem da Azinheira se descuida com frequência dos seus deveres de proteção dos seus devotos crentes.
escrito por ai.valhamedeus
POPPER MORREU HÁ 30 ANOS
OS TRUMPS DESTE MUNDO
REENCONTROS
Andámos no Liceu de Faro juntos. Éramos da mesma turma. Tentámos lançar um
jornal no Liceu. Havia um jornal, A CENTELHA, que o professor Calçada (o
melhor professor que tive) queria substituir por OSSÓNOBA. Na sugestão de
nomes surgiram nomes muito originais como cágado (abstenho-me de dizer o
nome do sugerente...). Do grupo faziam parte esse meu colega, o Passarinho, o Zé
Cabecinha, eu, entre outros. Eu inscrevi-me na crítica de cinema na mira de umas
entradas de borla... o que não veio a acontecer... para bem da crítica de cinema.
Estou a falar de 1971?
Viemo-nos a reencontrar nos anos 90. Ambos juristas, ele um magistrado de
prestígio, eu um advogado de província e provinciano. Há anos que não
estávamos juntos. Ele numa instância jurídica europeia, eu às voltas do direito
mais comezinho.
Jantámos na terça-feira. Claro, centrámos as recordações nos anos de brasa do
PREC (o período mais louco e fascinante da nossa história, pelo menos a recente),
das RGAs, do Barroso, João Isidro Arnaldo Matos, etc. Ele do PCP eu do MRPP.
Lembrámo-nos de todos os pormenores, episódios, histórias. Lembrámos a
maçonaria, os anarquistas. Os livros que lemos. A vantagem de sermos velhos é
recordarmos, com nitidez, factos ocorridos há cinquenta anos.
O jantar foi na minha casa. Às tantas, notei que as mãos lhe tremiam -- "parkinson",
disse ele. Achei-o velho e cansado. Foi umas cinco vezes à casa de banho. Pensei
"ainda não estou assim", sem consciência da falta desta. Desde março ando com
uma ferida no pé (pé diabético, dizem os médicos), um tumor nos intestinos, etc e
tal.
Ele deve ter um ano menos. Achei-o alquebrado. Por falta de espelho, achei-me
melhor que ele.
Despedimo-nos combinando não nos perdermos de vista.
A vantagem da velhice é podermos recordar a juventude como um filme que
acabamos de ver. A desvantagem é que não me lembro o que jantámos.
escrito por Carlos M. E. Lopes
LEIA O RESTANTE >>A BEBEDEIRA DE KANT
[Lisboa: Planeta de Livros Portugal]
Após a leitura de 58 páginas... está bastante abaixo das minhas expectativas, criadas a partir de uma entrevista ao autor, numa rádio. Sobretudo porque o humor (o sorriso) prometido é pouco mais do que promessa. Mesmo as (pouco frequentes) ligações à atualidade são por vezes um tanto... forçadas.
Mas não é mau, muito longe disso. Pode ser até uma abordagem geral (bastante completa) à (história da) filosofia.
escrito por ai.valhamedeus
LEIA O RESTANTE >>PENSAR TAVIRA!
Corria o ano de 1969 e eu fui a França no Sud Express. George Pompidou, Alan Poher e Jacques Duclos, foram os três candidatos mais votados, na eleição presidencial, em França, vencida por Pompidou. A abstenção rondou os 27%. A França era considerada o país mais político da Europa e, quiçá, do Mundo, e elegia sempre à direita. Dizia-se que os franceses tinham o coração à esquerda, mas a carteira à direita. Do alto da minha sapiência dos quinze anos, achei a abstenção alta, muito alta. E daí, até hoje, sempre achei a abstenção alta, em toda a parte, tirando as eleições em Portugal em 1975.
A política, sendo a forma como a cidade se organiza, quem diz cidade diz país, é uma atividade cívica nobre, muito nobre. A mais nobre das atividades cívicas, na minha opinião. É claro que muitas pessoas que me estão a ler sorriem zombeteiras, pensando, “lá está este a brincar”. Mas não estou. Falar de política é falar de poder. Não precisamos de citar Aristóteles e a sua obra seminal. A forma de organizar a sociedade é coisa da política e esta deve interessar a todos. Virarmos costas à política é deixar que medrem os oportunistas, carreiristas, corruptos e a escória social, à rédea solta.
Houve e há uma frase que sempre me irritou e considero das frases mais infelizes que se utilizam. A minha política é o trabalho! Não conheço frase mais medíocre, abjeta e desprezível na sociedade. Esta demissão de participar na vida social é o encanto dos medíocres, reles, vulgares que assim podem cavalgar os incautos que viram costas à coisa pública.
Este desprezo pela política é geral. Se repararem, nos Centros Comerciais entram cães, gatos e outros animais, mas políticos em campanha eleitoral, jamé.
Maria Filomena Mónica, socióloga, escreveu uma visita ao poder (1993) que dá uma visão do vazio da participação na coisa pública.
Sejamos claros: a nossa demissão da participação política é a responsável deste desencanto geral.
A nossa constituição de 1976, com o entusiasmo dos tempos e dando conteúdo aos movimentos sociais, consagrou duas formas de participação que sempre julguei que pudessem vingar, para além dos partidos e sindicatos, como é óbvio: as comissões de trabalhadores e as comissões de moradores. Ambos praticamente desapareceram e os sindicatos têm perdido força, resultante também das relações de trabalho e a transformação do país em prestador de serviços.
Há um desencanto efetivo com a política. Há pessoas de grande valor, na política, mas há uma demissão terrível daqueles que acham que “eles” são uns ladrões.
Foi por esse motivo que um grupo de cidadãos de Tavira está a tentar criar um movimento político, mas não partidário, para discutir os problemas que digam respeito à cidade ou que indiretamente lhe diga respeito. Seja a organização urbana, os recursos hídricos, agricultura, pescas, mobilidade, cultura, espaços verdes. Não temos medo dos partidos, antes os reconhecemos com um papel importante na sociedade, mas este movimento não está vinculado a qualquer partido. É um grupo inorgânico, informal, sem chefes. Pretendemos mobilizar a sociedade civil para que, em torno de assuntos importantes, todos possam opinar, confrontar ideias, esclarecer situações.
A participação de todos e cada um é importante, imprescindível, necessária e fundamental. Não nos podemos conformar com a modorra existente. Há que despertar para a importância da nossa vida coletiva, isto é, a política. Portugal não é classificado como uma democracia plena (seja isso o que que for) por causa, entre outras, pela fraca participação das pessoas na coisa pública.
Vamos combater a apatia reinante. Vamos a isso!
escrito por Carlos M. E. Lopes
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