Miguel Santos Carrapatoso
Na cabeça de Montenegro
Lisboa: Zigurate, 2024, 199 pp.
Lisboa: Zigurate, 2024, 199 pp.
Dos dois partidos do “arco do poder”, o PSD é o que apresenta maiores dificuldades de se distinguir das suas sombras: Chega e IL. No caso de Montenegro, acresça-se Marcelo Rebelo de Sousa. Ambos lhe roubam eleitorado e lhe pisam áreas programáticas. Embora sem descurar a intervenção do Estado, Montenegro tem tido dificuldade em se demarcar e em dizer se afasta o Chega da área do poder, quando tudo indica que, sem IL e Chega, não poderá governar, a não ser que o Bloco Central se constitua no terreno.
No seu afã de se demarcar da IL e Chega – aquele com consistência programática e este, um manta de retalhos de slogans sonoros – daí que “Não assustar ninguém para convencer quase todos. Esquecer a ideia de «reformas estruturais», necessariamente temidas porque inevitavelmente disruptivas, fugir do espantalho da direita neoliberal e exorcizar o papão da direita reacionária e xenófoba. E, para isso, apresentar-se como uma versão melhorada de António Costa, a competência na continuidade, um projeto de renovação indolor.”(p. 146).
escrito por Carlos M. E. Lopes
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