Palestina livre!

ENSAIOS DE ABRIL


Fernando Rosas
Ensaios de Abril
Lisboa: Tinta-da-China, 2023, 151 pp
 
São seis ensaios em que Fernando Rosas expõe as suas ideias sobre o 25 de abril. Começa um pouco antes e acaba, praticamente, pouco depois do 25 de novembro de 1975.

Há uma ideia que há muito defendo. Talvez influência dele ou do Arnaldo Matos. A revolução portuguesa foi do 25 de abril de 1974 a 25 de novembro de 1975. Foi um período louco, dezanove meses em que o sonho foi possível. Foi o PREC, o mais livre e fantástico período que vivemos na nossa história. Tudo foi possível sonhar, ensaiar, pensar. Nada deu certo, é certo, mas a “festa foi bonita, pá”.

Tendo sido o 25 de novembro o Termidor do nosso sonho, Rosas não esclarece o seu papel nessa data, em que o seu partido esteve do lado do grupo dos nove. Nada diz.

Se de facto Cunhal era um antifascista, mas não um revolucionário, como diz, salvo erro, Francisco Martins Rodrigues (um dos fugitivos do Forte de Peniche com Cunhal, em 1960), ressalta que salvou o partido, a 25 de novembro, mas não quis a revolução. Falta saber se Moscovo teria, de alguma forma, impedido quaisquer veleidades de arranjar uma Cuba na Europa, e o encontro em Vladivostoque, de Brejnev com Ford, não tratou mesmo do assunto. Talvez quando os documentos desse encontro forem desclassificados…

É sempre agradável ler coisas que vivemos tão intensamente.

escrito por Carlos M. E. Lopes

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