De que lado vem a tempestade(p. 99)
quando as folhas dos ulmeiros
se desprendem dos seus ramos velhos
e o escorpião do medo se
acolhe em segredo ao
que ficar da luz de setembro
para prolongar
a sede
escrito por Carlos M. E. Lopes
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quando as folhas dos ulmeiros
se desprendem dos seus ramos velhos
e o escorpião do medo se
acolhe em segredo ao
que ficar da luz de setembro
para prolongar
a sede
escrito por Carlos M. E. Lopes
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PS, PCP, VERDES, BE, LIVRE, PAN!
Cofundam-se!
(Mas salvem a Festa do Avante!)
Ainda se conserva a carta de um monge camponês do século V que afirmava: «Não nos queremos lavar nos banhos.» Os homens santos entenderam o fedor como uma medida de devoção ascética.Recusavam a limpeza para expressarem a sua oposição ao estilo de vida dos romanos.
Simeão, o Estilita, negava-se a deixar que a água lhe tocasse e «o fedor era tão potente e hediondo que era impossível subir nem que fosse até meio das escadas sem incómodo; alguns dos discípulos que se obrigavam a chegar até ele só podiam subir depois de terem untado no nariz incenso e unguentos fragrantes». Após passar dois anos numa gruta, São Teodoro de Estudita surgiu «com um fedor tal que ninguém suportava estar perto dele». Clemente de Alexandria escreveu que o bom gnóstico cristão não quer cheirar bem: «Repudia os prazeres espetaculares e os restantes requintes do luxo, como os perfumes que agradam o sentido do olfato ou as atrações dos diversos vinhos que seduzem o paladar ou as grinaldas fragrantes feitas com diferentes flores que enfraquecem a alma através dos sentidos.»
Naquela altura, o «cheiro de santidade» era fétido.
[Irene Vallejo. O Infinito num junco]
Ventura diz que não vivemos num país seguro.
É verdade! Com tanto Chega, quem pode garantir que está num país seguro?
escrito por Carlos M. E. Lopes
escrito por Carlos M. E. Lopes
escrito por Carlos M. E. Lopes