Hoje é dia dos namorados. O calendário comercial português diz que é na próxima segunda-feira (parece que o brasileiro o prefere em Junho, por alturas do Santo António). Mas aqui, no aijesus, é hoje. É hoje, já foi ontem, vai ser amanhã -- e segunda, também. O dia dos namorados é como o Natal: é quando um Homem quiser (que é como quem diz, é quando os namorados quiserem).
Aqui é como no comércio: o que interessa é o pretexto. Pretexto, no caso presente, para recordar a imagem de um pacote de açúcar da Buondi que nos garante que amar é a melhor coisa do mundo. Pois que seja!
Pretexto para recordar também um hino ao coração (ou será à razão?) num soneto de Camões:
Sempre a Razão vencida foi de Amor;
Mas, porque assim o pedia o coração,
Quis Amor ser vencido da Razão.
Ora que caso pode haver maior!
Novo modo de morte e nova dor!
Estranheza de grande admiração,
Que perde suas forças a afeição,
Por que não perca a pena o seu rigor.
Pois nunca houve fraqueza no querer,
Mas antes muito mais se esforça assim
Um contrário com outro por vencer.
Mas a Razão, que a luta vence, enfim,
Não creio que é Razão; mas há-de ser
Inclinação que eu tenho contra mim.
escrito por ai.valhamedeus
Dia dos namorados
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2 comentário(s). Ler/reagir:
Oi!Sou brasileira!
Aqui comemoramos dia 12 de junho.
Gostei da tua definição do dia dos namorados e da poesia.
Sucesso para vocês!!!
A Razão sai sempre vencida pelo Amor. Vale a pena ler o Jardim das Tormentas do Aquilino Ribeiro. São inúmeros contos sobre este preciso assunto.
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