Para não esquecer...

DO CONTRA [1]

Desobedeçamos ao Vaticano!

Alguns mass media portugueses noticiaram recentemente que a Conferência Episcopal portuguesa tinha aceitado pela primeira vez o uso do preservativo para evitar o contágio de doenças sexualmente transmissíveis -- a sida, por exemplo.
  1. Para que não nos iludamos muito, recordo outra estória semelhante: soubemos em meados de Janeiro de 2005, também pelos jornais, designadamente os espanhóis, que Martinez Camino admitiu o uso do preservativo num “contexto de prevenção integral e global da sida". Em Janeiro de 2005
    (quando a gravidade do problema da sida era suficientemente conhecida)
    tal declaração não constituiria novidade, se Martinez Camino não fosse o porta-voz da Conferência Episcopal espanhola e se o Vaticano não condenasse o uso do preservativo.

    Prontamente a Conferência Episcopal veio esclarecer que se tinha tratado de "má interpretação dos jornalistas” e em Roma monsenhor Redrado Marchite reafirmou que a Igreja continuava a recusar o preservativo, garantindo simultaneamente a fidelidade doutrinária da Conferência espanhola.
  2. Haja ou não novo desmentido, agora português
    [esta gentalha é assim: afirma e depois desmente, para em qualquer altura poder recordar que afinal já tinha afirmado...],
    afirmo-o claramente: entendo que, a ser seguida
    [temos indicadores de que, felizmente, nalguns domínios não o será significativamente: no caso do preservativo, no caso dos anti-conceptivos, no caso das relações sexuais pré-matrimoniais... o pessoal está-se nas tintas para o Vaticano...],
    esta moralidade católica apostólica romana será (tem sido) responsável por muito sofrimento: por frustrações, por ansiedades, por sentimentos de culpa, por distorções sexuais… Defendê-la para depois tentar remediar as suas consequências soa a cinismo: SS [Sua Santidade] o defunto Papa João Paulo II ofereceu, nos últimos tempos de vida, 100 mil euros à "Bom Samaritano", uma fundação do Vaticano criada para assistir as vítimas da sida em todo o mundo. Criam as vítimas (ou contribuem para tal) e depois socorrem-nas...
  3. Claro que a Roma Eterna pode pretender proibir o que entender
    [pelo menos aos católicos; já não é tão claro que pretenda estender a proibição a todos os Homens].
    Compete-nos a nós rejeitar a romana ditadura central do pensamento. E pensar. Sabendo-nos avisados, pelo poeta, de que pensar incomoda como andar à chuva. Sabendo que o livre pensamento é um dos mais sagrados caracteres humanos, ousemos afirmar esse carácter. Sabendo que há domínios onde nenhum Vaticano tem o direito de entrar, ousemos fazer aquilo que entendermos que devemos fazer. Ousemos desobedecer ao Vaticano.
escrito por ai.valhamedeus

1 comentário(s). Ler/reagir:

Anónimo disse...

ousemos!
e eu! que já estou a pecar neste momento! (até a igreja se moderniza... até arranja pecados novos, inovadores, como passar o tempo na internet ser uma ofensa a Nosso Senhor)

valha-me deus! :)