a riqueza da língua
Temos razões de sobra para nos orgulharmos da lusa língua.Seja esta razão: palavras, ele há-as homónimas e homófonas e homógrafas. Complexamente, escrevemos e pronunciamos do mesmo modo palavras a que atribuímos significados diferentes
[o que permite a Alexandre O'Neill poetizarPronunciamos do mesmo modo palavras que escrevemos de modo diferente
Tinha de suceder deixares de suceder
a ti próprio].
[e têm significados diferentes. Deve ser a causa das náuseas que sinto quando o sr. José, de apelido Sócrates, me manda apertar o cinto].Escrevemos do mesmo modo palavras que pronunciamos de modo diferente
[e têm significados diferentes. E, assim, quando passamos os olhos pela expressão "a sede do PS", ficamos sem saber se o primeiro e de sede é aberto ou fechado -- se se alude ao Largo do Rato, onde "funciona" aquele Partido e onde os manifestantes que por lá passam cantam "mentirosos / mentirosos / eles são mentirosos..." ou se queremos indicar qualquer ânsia, por exemplo de Poder, do Partido em questão].Nuestros hermanos espanhóis
[por exemplo]têm um castelhano muito mais pobre. Escrevem a e é sempre a que lêem -- e o mesmo se passa com as restantes vogais. E com quase todas as consoantes. Talvez por isso sejam menos criativos que nós. Porque
[numa variação do romano "abyssus abyssum..." -- o abismo atrai o abismo]a complexidade da língua estimula a imaginação criativa
[digo eu...].Como provam estes dois exemplos
[garantidamente reais -- extraídos de dois testes de alunos do secundário, obviamente insatisfeitos com a limitada complexidade "natural" da lusa língua ainda que obviamente por ela estimulados]:
a) [...] pode ter a sser teza que é aquilo.
b) [...] cada um dos seus abitam-tes.
2 comentário(s). Ler/reagir:
Cu al é o pruble-ma?
sobre este assunto - o das possibilidades criativas da língua, não o da ignorância dos alunos!- sugere-se para (re)leitura um clássico, sempre actual "Alice no país da linguagem" de M. Yaguello.O pressuposto de base da reflexão linguística proposta pela autora é simples: só pode "brincar" com a língua quem lhe conhece os mecanismos profundos de funcionamento. Por isso usa como "corpus" de investigação o trabalho de Raymond Queneau. Magnífico!
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