As leituras de Fidel. E a música
Em entrevista conduzida por Tomás Borge e publicada na Público Magazine de 14.6.92, Fidel Castro confidencia ser um leitor inveterado:(...) tenho lido tantos livros quantos pude na minha vida e aflige-me não ter mais tempo para ler. Tenho lido todo o tipo de literatura. Entre os meus clássicos, está a Bíblia, é claro. Quem quer que analise a minha fraseologia verificará que há nela muitas palavras bíblicas, porque eu estudei 12 anos em escolas religiosas, com os irmãos de La Salle (salesianos) e principalmente com os jesuítas. Quando tive mais tempo para ler foi durante os quase dois anos que passei na prisão, entre 1953 e 1955.
Estou sempre a ler. Tenho, por exemplo, uma grande colecção de livros sobre Bolívar. Tenho uma admiração infinita por Bolívar. Para não falar em Marti. Talvez eles me chamem sectário, mas não consigo pensar em ninguém do calibre intelectual de Marti. Na noite passada, estive a ler um romancezinho chamado "Perfume", de Patrick Süskind. Amizade à parte, li todos os livros de Gabriel Garcia Marquez.
P. - Se tivesse de escolher o seu autor preferido, quem seria?
R. - Cervantes.
P. - Diz isso com hesitação.
R. - Não tenho dúvida nenhuma. Pelo seu tema, pela beleza do seu conteúdo, li "Don Quixote" cerca de cinco ou seis vezes, pelo menos.
P. - E quanto a poetas, Fidel?
R. - Devo dizer que gosto muito do Neruda. É aquele que eu mais li. Mas prefiro Guillén.
P. - Canta, Fidel?
R. - Nasci com um ouvido terrível para a música. Gosto, mas não tenho talento nenhum.
P. - Nem no chuveiro?
R. - Não, debaixo do chuveiro tremo às vezes de frio. Eu gosto muito de música, principalmente de canções revolucionárias. Gosto de música clássica e tenho uma especial predilecção pelas marchas.
escrito por ai.valhamedeus
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