Para não esquecer...

O ÓPIO DO POVO

Fui fazer compras ao "Continente"

[passe a não-publicidade].
As meninas da caixa tinham uma bandeira portuguesa pintada numa das bochechas
[sugestão de Scolari? ordens de Belmiro?].
Fui dar uma voltinha pela cidade onde vivo.

Bandeira portuguesa às riscas amarelasNas "casas dos 300"
[chinesas, na maioria -- e são muitas!]
vendiam-se variações sobre a bandeira oficial lusitana
[mais riscas, menos riscas, mais amarelas, mais azuis, mais vermelhas... até uma metade da bandeira brasileira aliada a uma metade portuguesa, porque "a vida está cara! e assim dá para os 2 lados"].
Nos escaparates dos quiosques as capas das revistas fofocavam os amores das namoradas dos jogadores da selecção
[e os das esposas. E os das mulheres que roubaram os maridos das esposas ou os namorados das namoradas].
Está visto!... Morto Deus, a religião já não é o ópio do povo, como Marx teorizou. É o futebol.

escrito por ai.valhamedeus [com um bjinho para a Ana Lúcia que de certo modo me inspirou este texto]

1 comentário(s). Ler/reagir:

Anónimo disse...

De um brasileiro indiguinado.

O que significa a Copa do Mundo pra você?

Comoção nacional? Povo unido por um ideal? Superioridade brasileira? Hipocrisia internacional? ópio do povo? Nada?

Nâo existe uma resposta concreta, existem pontos de vista amplamente divergentes.

É fato que o campeonato mundial é o mito do esporte, o evento mais importante, algo sem comparação com as demais competições.

Este campeonato tem o poder de literalmete parar milhões de pessoas de diversos países.

No New York Times da semana passada, Ronaldinho Gaúcho era a matéria de capa. O subtítulo era: “Será que milhões de pessoas no mundo estão erradas?’, uma alusão ao desinteresse do americano pelo soccer.

Acho que não se pode chegar a uma conclusão concreta o suficiente. Cada pais dá a importancia para o que acredita ser certo.

Para um país subdesenvolvido como o nosso, sem perspesctiva na política, no crescimento econômico, e no fim das desigualdades, o futebol surge como uma válvula de escape, a esperança de milhões de pessoas, que inspiram e vislubram sua guinada brusca na vida através do futebol.

É isso mesmo, estas pessoas estão certas, uma vez que muitas vezes não vêem perspectivas em outras coisas.

Acho o futebol muito impoetante, mas ele não pode passar por cima de coisas mais importantes ainda, que podem relamente fazer a diferenca para o país.

Mas disso falamos mais tarde, quando a Copa acabar, porque senão meu apelo será abafado por gritos histéricos de gol.