Hugo Chávez, o tal que pretende fazer-se “eleger” presidente vitalício da Venezuela (todos os ditadores têm vocação de perpetuidade!), proclamou do alto da tribuna das Nações Unidas, onde antes falara Bush, que este era o Diabo. “Ainda cheira aqui a enxofre”, acrescentou apertando o delicado narizinho, e para completar o esconjuro persignou-se beatamente. Presume-se, pois, que sendo Bush o Diabo, ele, Chávez, seria, se não Deus, um Santo.
Faz-me lembrar o episódio sucedido com o grande Dr. Francisco Fernandes Lopes (seguramente uma das maiores figuras do século XX português), que, convidado para usar da palavra na inauguração de um lavadouro público em Pechão, e após o padre que o antecedera ter sido apresentado como “representante de Deus”, declarou que assim sendo, ele, Francisco Fernandes Lopes, seria “representante do Diabo”… O discurso acabou ali, e a cerimónia também (veja-se esta história em www.olhao.web.pt/Personalidades/francisco_fernandes_lopes.htm).
Quem diz Deus e o Diabo, diz o Bem e o Mal. E não existe ninguém mais inquietante e perigoso do que aquele que pretende arvorar-se encarnação do Bem, e por isso trata de impô-lo aos outros. O inimigo não é o Diabo, mas sim aquilo que o torna possível: o pensamento maniqueísta, que é a cartilha de todos os ditadores, como Chávez: nós somos o Bem, quem é contra nós é o Mal.
escrito por António Rosa Mendes
DEUS E O DIABO, O BEM E O MAL
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
0 comentário(s). Ler/reagir:
Enviar um comentário