A moral do Estado Novo encarava a prostituição legalizada como uma actividade social importante: iniciação dos filhos-família, preservação do casamento tradicional, absorção das fantasias extramatrimoniais, estabilização das relações comuns. A sua existência era, assim, profiláctica a vários níveis.Será que o Sócrates ainda se não lembrou duma destas??!!
Para Salazar, que a não frequentava, tudo o que fosse controlado, controlável, tinha a sua aquiescência. As casas de passe prestavam, aliás, serviços bastante amigáveis ao regime: 'O interesse pelo sexo faz diminuir o interesse pela política', confidenciava a Jorge Pablo. ... Lisboa contava, na década de 40, com perto de 10.000 prostitutas oficializadas - para uma população de 800.000 pessoas.
[Fernando Dacosta - Máscaras de Salazar. Casa das Letras]
escrito por Carlos Monteiro
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