Um amigo enviou-me uma mensagem em que dizia: liga-me com urgência para este número. Liguei. Era para votar em Salazar no programa sobre Os Grandes Portugueses. Fui enganado.
Tanto me faz que ganhe Salazar, como Cunhal, como Aristides Sousa Mendes
(em quem depois votei).O Programa deve servir para alguma coisa, nomeadamente para termos uma ideia do que pensamos hoje sobre os políticos e sobre os nossos homens famosos. Não me surpreenderia que ganhasse Salazar ou Camões. Qualquer um dos dois significaria uma vitória do Estado Novo.
Já sei que vou ser criticado por aqueles que entendem ser Camões universal, poeta do sec. XVI e que terá tanto que ver com o Estado Novo como Wagner com Hitler. Pois, mas foi no Estado Novo que Camões mais se divulgou, na sua vertente épica, e que serviu para fundamentar o patrioteirismo de que ainda padecemos. Sei que foram os republicanos, no século XIX, quem primeiro ergueu o nome de Camões para defenderem as suas ideias, mas foi o Estado Novo que mais investiu na vertente épica do vate.
escrito por Carlos M. E. Lopes
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Não foi com o Estado Novo que Camões mais se divulgou. Camões foi, sobretudo, uma das bandeiras do republicanismo no final do século XIX, por ocasião do 4º aniversário da sua morte.
O Estado Novo é a fase de que nos lembramos, e a sua valorizaçã corresponde a uma identificação da História, em geral, com a nossa história de vida. É um erro, porque, se é verdade que tudo tem uma circunstância temporal, é também verdade que há constantes que se repetem ao longo dos tempos. São as componentes humanas.
Carísimos
É incrível como um país fundado na fé de Deus,embuído nos seus mandamentos, não consegue arranjar melhor para representar esta NOSSA TERRA que um ex-seminarista por quem não nutro grande simpatia. Foi único que depois do fatal liberalismo do século XIX teve oportunidade de fazer justiça à Igreja e não o fez.
Houve desde a fundação de Portugal muito santo e pio homem que nereceria ser coroado como o melhor português.
Que a luz da fé nos ilumine a todos.
sr. padre lúci(d)o,
em verdade em verdade lhe digo que é bem verdade o que diz. Ser santo e pio foi uma constante nos portugueses de outrora.
Seja santo António (o de Lisboa, claro). Por exemplo, esse, já pi(n)a e nos ilumina: namorar as gajas (em linguagem do século XXI: dar nas gajas. pi(mb)a!).
ou até mesmo o Nun'Álvares (também é santo e pia, não pia?). Também gosto desse Nun'Álvares. E da Rainha Santa? esta pode não piar mas é santa (é curioso verificar que a maioria das santas são bué de... aldrabonas: esta aldrabava o seu marido com as rosas; a outra, a virgem e mãe, enganava o seu com o espírito santo. Louvado seja Deus!)
Abraço pio e santo do
Ai meu Deus
Caríssimo
Deixo um pequeno excerto da Epistola aos hebreus- 12,13
"Tende cuidado, irmãos, que nenhum de vós tenha um coração mau e incrédulo, a ponto de apartar do Deus vivo. Admoestai-vos uns aos outros, todos os dias, durante o tempo que se chama "hoje", a fim de que nenhum de vós se endureça, seduzido pelo pecado."
A paz esteja contigo.
Amigo Carlos Lopes.
Não o conhecendo, sei da sua participação neste blog do meu colega e amigo "ai meu deus".
Permita-me, apenas, que discorde,em absoluto, da colagem que faz de Camões ao Estado Novo. Porque não também Pessoa, nomeadamente com a "Mensagem"?
Há poetas, escritores, filósofos, pintores, compositores, etc. que são imortais, independente de poderem vir a ser instrumentalizados por ditadorzecos seja em que parte do mundo for.
Abraço.
P.S. Já agora, o meu voto foi para Vasco da Gama.
O meu voto foi para Gil Vicente, imortal pai do teatro ibérico e tão injustamente tratado no seu país.
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