Já manifestei aqui a minha repulsa pela pena de morte. A mesma por enforcamento só manifesta o carácter medieval dos Senhores do Iraque.
Saddam era um assassino, um bandido cruel e sem escrúpulos. Segundo relatos de há uns anos, se um ministro não concordava com ele, chamava-o a uma sala ao lado, ouvia-se um tiro... e Saddam regressava sozinho. Era um bandido da pior espécie. Lunático e esquizofrénico, era capaz das maiores atrocidades. Agia sem qualquer respeito pela vida humana, não respeitava quaisquer regras, era frio e desumano. Enriqueceu roubando ao povo irquiano a riqueza do seu subsolo, o petróleo. Reinou sobre a grande maioria da sua população, os xiitas. Reprimiu, executou sem dó nem piedade. Mandou executar os genros, esmagou quem se lhe opunha. Um pulha da pior espécie.
Na calma do seu gabinete, o primeiro-ministro do Iraque Nouri al-Maliki, assinou, a tinta vermelha, a ordem de execução, por enforcamento, de Saddam. Frio e, com certeza, com muito prazer. Sem se aperceber de que agia ainda mais friamente que o lunático Saddam que era um doente, um sacana da pior espécie. E Nouri al-Maliki? E Bush, responsável por mais de meio milhão de mortos no Iraque, pelos presos, sem defesa, de Guatánamo?
Seriá hipocrisia da minha parte defender que tais senhores deveriam ser enforcados. Mas, pelo menos, julgados, sem dúvida.
PS – Vi, com satisfação, Maria Filomena Mónica dizer-se arrependida de ter apoiado a invasão do Iraque. Bem me parecia que devia ter simpatia pela senhora.
escrito por Carlos M. E. Lopes
SADDAM OUTRA VEZ
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Faço minhas as palavras do comissário europeu para o desenvolvimento e ajuda humanitária, Louis Michel (citadas no "Público"): "Hoje não é um dia grande para a democracia e os democratas. A barbárie tem de ser combatida por outros meios que não sejam os da barbárie. Havia outras formas de punir os actos abomináveis de Saddam Hussein".
Ainda do "Publico", de um texto de Mário Mesquita e numa perspectiva diferente da do texto do Carlos Lopes:
"Na perspectiva da opinião pública dos Estados Unidos houve aqui um equívoco. Prometeram aos norte-americanos, após o 11 de Setembro, o corpo, vivo ou morto, de Osama Bin Laden. Ofereceram-lhes, em troca, o cadáver de Saddam Hussein. Não é a mesma coisa".
Muito me admira a contradição deste texto e a do slogan do post.
Como pode, quem é tão visceralmente contra a pena de morte,votar sim ao aborto?
Será que a vida de um ser inocente de toda a mancha e completamente indefeso, não é um valor a preservar?
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