O ABORTO E O ABANDONO

Há meia dúzia de "coisas" de que eu gosto particularmente na campanha do "não". Vou explicitar duas, aparentemente sem ligação entre si.

1. Primeira: a defesa intransigente da vida. Este é um aspecto importante sobretudo porque a vida de novos seres, quero dizer os filhos, são factor promotor da sagrada união da família.
   
   
2. Segunda: o voluntariado na base do qual os movimentos do "não" funcionam. A título de exemplo, cito um texto do "Portugal Diário" de meados do mês passado:
   
   A Plataforma «Não, obrigada» recorre a voluntariado de apoiantes e aos «conselhos» de criativos da Partner e do director-geral da Lift, Salvador da Cunha, apoios gratuitos que estão de acordo com a lei do financiamento das campanhas referendárias. De acordo com Inês Teotónio Pereira, da assessoria da Plataforma, foi com o «trabalho criativo pro-bono[gratuito]» de um elemento da Partner que é apoiante do movimento, que foram «inventados» alguns dos cartazes e logótipos da Plataforma.
   

Se a ligação entre os dois pontos anteriores não é óbvia, então terei que recordar que a Partner-defensora-da-vida é a mesma empresa que criou para a TvCabo aquela publicidade

[há publicidade fantástica, não há?]

em que um desgraçado

[que aparece em casa aparentemente morto de trabalho]

descobre que foi abandonado pela mulher, pelo filho, pela filha, pela "empregada" pela razão nobilíssima

[certamente muito mais nobre do que os motivos fúteis pelos quais as mulheres abortam]

de em casa haver apenas 4 canais de tv

[quero dizer: por não haver TvCabo].

Publicidades, enfim... ou voluntariados?

escrito por ai.valhamedeus