Para não esquecer...

Pê... quê?! [18] A EXCELÊNCIA PÊ-ÈSSE

Na proposta de avaliação dos professores que este Mi(ni)stério da Educação apresentou em tempos

[e depois aprovou]
sempre defendeu que só uma minoria dos avaliandos pode ser realmente boa
[o mesmo é dizer que só uma minoria esmagadoramente pequena pode aceder ao topo da carreira].
Nunca entendi. Penso mesmo que todos os professores podem ser realmente bons
[profissionais]:
é função da avaliação depois verificar se efectivamente o são e quais o são. Mas, insisto, à partida todos podem: a priori é possível, a posteriori é uma questão a ver.

Agora, ao consultar a proposta do Mi(ni)stério para o concurso a professor titular, começo a entender o mistério. A qualidade dos professores está dependente de factores como as faltas dadas entre os anos 2000/01 e 2005/06. As faltas, licenças e dispensas ponto-final. Faltou uma professora no gozo da licença de parto? é penalizada. Faltou para ir ao funeral do pai? penalizado! Faltou porque desmaiou durante a aula e foi internado? penalizado! Faltou? penalizado! Todos os professores que beneficiam de uma dispensa total ou parcial da componente lectiva por razões de doença ficam automaticamente excluídos do primeiro concurso.

Percebo agora por que razão nem todos os professores são excelentes. Excelentes como o Mi(ni)stério entende a excelência, não são, nem podem de facto ser, todos os professores
[eu faltei para ir ao funeral do meu pai. E já antes desse dia eu sabia que não podia ser de outro modo].
Não podem ser todos, não deveria ser nenhum.

Tenho dos professores uma imagem suficientemente positiva para achar que, excelentes como o Mi(ni)stério entende a excelência, há ainda menos professores do que o número admitido pelo Mi(ni)stério. Felizmente há, acrescento. E explico, com um exemplo:
Sei de um professor que não falta há uma porrada de anos. Por razão nenhuma: morreu-lhe pai e nem assim; lá arranjou maneira de não faltar. Este senhor, pura e simplesmente, deveria ser proibido de "dar aulas". Tanta falta de sensibilidade só pode ser forte contributo para que se multipliquem no País, a partir das escolas, os Sócrates e as Marias de Lurdes. E os Antónios Oliveiras.
Se é esta a sociedade "sem rosto humano" que este governo pê-èsse quer, puta que pariu tal socialismo, em vez de o ter abortado.

escrito por ai.valhamedeus

2 comentário(s). Ler/reagir:

Anónimo disse...

E onde, no mundo, se mudam as regras do jogo no final do mesmo (em especial os docentes do 10º escalão), para além de em algumas ditaduras?
Na Socratelândia, naturalmente...

Anónimo disse...

Entendo e compreendo quase tudo.
Só não entendo esta tua obsessão por quereres comparar o Pinto ao Oliveira.
Isso é um mistério insondável.