Para não esquecer...

Pê... quê?! [23] DE OLHOS BEM FECHADOS

Recordo alguns factos dos últimos tempos nacionais, significativos no que respeita à imagem do actual governo:

  1. O governo pê-èsse decide acabar com a Festa da Música. No seu lugar, prometeu, seria montada uma coisa de monta. E mais barata, é claro. Acusando-o de plágio, René Martin
    [que tinha mostrado disponibilidade para encontrar alternativas mais económicas]
    prometeu processo judicial contra o CCB
    [contra o governo pê-èsse].
    Este é um governo constantemente metido em embrulhadas, a) por não ouvir quem deve
    [recorde-se a anterior demissão do responsável pelo Teatro Dona Maria];
    b) por não pensar senão nos cifrões a apresentar a Bruxelas.

  2. O director do Teatro Nacional de São Carlos foi despedido
    [bem sei: em rigor, deveria dizer que não será reconduzido].
    Foi-o por carta e, segundo diz o próprio
    [e, tendo de decidir entre o que este governo afirma e o que alguém lhe contrapõe, eu escolho o último. Porque o primeiro já mostrou suficientemente que é despudorado a mentir],
    sem que a ministra da Cultura o tenha recebido, tendo prometido que o faria. Por carta; portanto, cobardemente
    [digo eu].
    O governo diz que quer para o São Carlos um "salto qualitativo", "atrair novos públicos" e chamar turistas para o teatro. "Ignora" que
    [desde que Pinamonti chegou, em 2001]
    a temporada do Teatro
    [com orçamentos quase iguais]
    passou de 4 óperas, com 16 récitas, e um recital -- para 8 óperas, com 43 récitas, 30 concertos e vários recitais. A taxa de ocupação, de 70% para 90%. Terá sido por isso que estes governantes pê-èsses não conseguiram dispensar Pinamonti
    [que desmente o poder relativamente à sua indisponibilidade]
    dizendo-lho olhos nos olhos?

  3. Poderá parecer que este 3º ponto não tem qualquer relação com os anteriores
    [no meu entender, lança pontes explicativas sobre eles, e outros vários]:
    Sócrates decidiu concentrar as polícias no seu gabinete. Com ironia
    [e com a verdade que muitas vezes a ironia tem],
    Vasco Pulido Valente leu assim a decisão:
    Salazar despachava diariamente com o director da PIDE. Caetano não despachava com o director da PIDE/DGS. Durante trinta anos de democracia nenhum primeiro-ministro despachou em pessoa com qualquer chefe de qualquer polícia. Tudo isto irá mudar. Uma lei já anunciada vai pôr a PSP, a GNR, a PJ e o SEF sob a autoridade de um secretário-geral para a Segurança Interna, com o estatuto de secretário de Estado, que despachará directamente com o eng. Sócrates.
    Continuo convencido de que a grande diferença entre Sócrates e Salazar, aparte os desfavoráveis tempos actuais, está sobretudo na incapacidade do primeiro. Vontade
    [e autoritarismo, falta de cultura democrática...]
    não parece faltar-lhe.
escrito por ai.valhamedeus

2 comentário(s). Ler/reagir:

Margarida Silvestre disse...

Passo de corrida só para informar que na biografia oficial do nosso primeiro deixou de figurar a categoria de "engenheiro civil" para a de "licenciado em engenharia civil"
Confrontar aqui
http://www.portugal.gov.pt/Portal/PT/Primeiro_Ministro/Biografia/
Saberão explicar-me a razão desta mudança?

Ai meu Deus disse...

À mulher de Júpiter, não basta ser honesta: tem que parecê-lo. Aos membros deste governo, e em particular ao chefe, não é preciso sê-lo: basta parecê-lo.

Grandes coisas veredes...