Se é jovem, não tem experiência;
Se é velho, está ultrapassado.Se não tem carro, é um coitado;
Se tem carro, chora de barriga cheia.Se fala em voz alta, grita;
Se fala em tom normal, ninguém o ouve.Se nunca falta às aulas, é parvo;
Se falta, é um "turista".Se conversa com outros professores, está a dizer mal do Sistema;
Se não conversa, é um desligado.Se dá a matéria toda, não tem dó dos alunos;
Se não dá, não prepara os alunos.Se brinca com a turma, é palhaço;
Se não brinca, é um chato.Se chama a atenção, é um autoritário;
Se não chama, não se sabe impor.Se o teste é longo, não dá tempo nenhum;
Se o teste é curto, tira a oportunidade aos alunos bons.Se escreve muito, não explica;
Se explica muito, o caderno não tem nada.Se fala correctamente, ninguém entende patavina;
Se usa a linguagem do aluno, não tem vocabulário.Se o aluno reprova, é perseguição;
Se o aluno passa, o professor facilitou.É verdade, os profs. nunca têm razão... Mas se você conseguiu ler tudo até aqui, agradeça-lhes a eles.
escrito por Gabriela Correia
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Uma observação cheia de curiosidades numa anedota falaciosa porque o trapezista está sempre in extremis. Deixaria de ser anedota se tivesse meios termos. Se calhar devia ter. Os professores não necessitam defesas anedóticas. Há professores incompetentes e palhaços competentes. A contrária também é verdadeira.
E pelo facto de eu saber ler, não significa que os professores são bons. Há quem aprenda a ler... apesar da incompetência e da preguiça de muitos professores.
Desculpe, Gabriela, mas está despedida como minha advogada.
Bem observado, no que ao "in extremis" diz respeito. Mas a falácia não é tão grande como o Observador parece sugerir. Na verdade,
1. encontrados os meios termos, provavelmente encontraríamos também igual (ou semelhante) des-graça;
2. não é verdade que "muitos professores" sejam incompetentes e preguiçosos. Pelo menos, não é obviamente verdade. A afirmação contrária é acrescentada prova da des-graça antes referida (meios termos incluídos);
3. contrariamente ao que o Observador observa, a verdade é que não há aprendizagem (da leitura) à margem da actividade docente. Se entendermos esta actividade como profissão, a minha afirmação está estatisticamente provada para a esmagadora maioria dos leitores; entendida a actividade docente no sentido lato, a minha afirmação está logicamente provada para a totalidade dos leitores: ninguém aprende (a ler) sozinho.
Na esperança de não estar também despedido, fica um abraço.
Um par de observações, Sr. António do Campo:
1. Touché: provavelmente.
2. Concordará que não temos que ser bruxos para adivinhar que há pelo menos 10 professores incompetentes e outros 10 preguiçosos. Não são muitos, mas são demais. E não adianta dizer que isso acontece em todas as profissões. Falamos de professores.
3. Só disse - e repito - que se pode aprender a ler com professores incompetentes e preguiçosos. Isso não justifica a incompetência e muito menos a preguiça.
A actividade docente não é exclusiva dos professores.
NOTA: A esmagadora maioria dos
professores é maltratada injustamente (desde o Ministério aos pais dos alunos). Também isso não justifica a incompetência nem a preguiça.
Amigo Observador,
(...)
2. Digamos que a tanto nos obriga a curva de Gauss. Digamos que, considerando o universo dos professores, a dita curva poderá mesmo levar-nos a valores algo mais elevados. Mas digamos também que, mesmo com "alguinho" mais, não será pacífico que tal número seja equivalente a (ou próximo de) muitos, como o caro Observador observou. E, assim sendo, não é lícito concluir que a "anedota" seja rotunda falácia.
3. Concordo com a primeira afirmação. Mas concordará também o caro Observador que, assim sendo, a eficiência destes "profissionais" nos retrairá na atribuição do qualificativo de incompetência (a menos que daí o caro Observador conclua que se trata de uma profissão de somenos. O que é legítimo, ainda que não necessariamente verdadeiro: de que se possa aprender a ler com professores incompetentes e preguiçosos não se conclui que os ditos o sejam).
NOTA minha: estamos de acordo quanto à existência de actividade docente para além da actividade profissional dos professores: referi-me, no comentário anterior, a um sentido amplo do termo -- é este...
NOTA à sua NOTA: a des-graça dos professores não justifica a sua hipotética incompetência e preguiça. Estamos de acordo. Mas também as não prova...
Porque não quero ser intrometido na polémica: Gabriela/Observador/Toino
e a modos de tréplica relativa a trabalho/preguiça, permitam-me deixar aqui uma quarta opinião.
"O trabalho fascina-me tanto que chego a ficar parado, a olhar para ele, sem conseguir fazer nada."
E valha-me Alá
Boas observações. Ordenadas, serias e fundamentadas.
Já não tenho mais nada que observar, posto que a minha melhor argumentação foi dada por si.
Os professores incompetentes e preguiçosos (que os há, lá isso há!) não dão o direito àquela senhora (mulher ou fêmea) a pensar (sem arrazoar) que tudo o que fala é papagaio; que tudo o que cai na rede é peixe; e que tudo o que uma ministra diz, se escreve.
Os meus respeitosos cumprimentos, Sr. do Campo.
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