Cavaco Silva quer discutir formas de contrariar a recessão demográfica. Parece-me uma discussão interessante.
Em primeiro lugar saber se se deve contrariar essa tendência: cada vez se nasce menos e se morre mais tarde. Isso acarreta problemas no “bem-estar” dos portugueses. Havendo menos gente, diminui o PIB. E sem PIB sempre a aumentar, ninguém se aguenta no governo.
Por outro lado, tal vai-se fazer com incentivos à fecundidade, ou com o aumento da imigração? Estamos a ver. A tendência tem sido com incentivos à fecundidade. Bom, mas num mundo com a população sempre a crescer, faz sentido incentivar os nascimentos dos nacionais, quando há gente a mais? Por outro lado, a imigração não criará tensões sociais difíceis de controlar?
Eu sou pela imigração. Mas sei que esta é uma posição minoritária. E se discutíssemos isso? Por uma vez sigamos, não o cherne, mas o carapau alimado...
escrito por Carlos M. E. Lopes
A DEMOGRAFIA E OS PROBLEMAS
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Se o PR desse cavaco à preocupante taxa de desempregados em vez de se preocupar demagogicamente com a natalidade, aí sim, seria uma pessoa séria. Querer mais gente quando não se asseguram condições dignas às que já existem e num tempo em que o fosso entre os poucos ricos e a multidão de pobres é maior, parece ter o fito de fingir preocupação com causas sociais sem cuidar do essencial... Há muitos lobos com pele de cordeiro!
Abraço,
ALM
O povo esquece facilmente os efeitos das tecnologias no emprego.
Vejamos, na 1ª revolução industrial montes de operários foram despedidos e substituidos por máquinas, mais dóceis e baratas.
Então, houve revoltas, sempre abafadas pelo poder.
Hoje não vemos lutas com este enfoque, parece até que o desemprego humano é uma inevitabilidade
Voltando às "novas" tecnologias, parece-me que andamos todos laparotamente encantados com o discurso oficial (do choque tecnológico), embarcando perigosamente neste canto de sereia socratiana que tem significado aumentos de desemprego sempre maiores. Muito mais do que a conveniente baixa de natalidade ocidental oportunisticamente invocada pelo poder para justificar reformas tardias e outras cenas "socialistas".
Então mas não andaram os demógrafos, os ambientalistas e alguns políticos, durante décadas, a alertar-nos para a insustentabilidade desta explosão demográfica.
É natural que só o "ocidente" tenha ouvido a mensagem e agido em conformidade. Acredito que muitos casais teriam (tido) mais filhos se as condições económicas o permitissem (tivessem permitido), mas o ponto não é esse. O ponto é que as novas e velhas tecnologias rouba(ra)m sempre emprego ao homem. Tem sido assim desde a 1ª revolução industrial e sempre não soubemos capazmente lidar com isto.
vitor m,
A tecnologia, por si só, não causa desemprego. O desemprego, causa-o quem aproveita a tecnologia para dispensar trabalhadores para o desemprego.
Quem é esse quem? Tu sabes quem é.
Toino, antigamente havia dois assalariados em cada autocarro: um conduzia, tarefa na altura difícil, o outro picava os bilhetes. Hoje, o mesmo gajo, em autocarros sofisticados, pode facilnente conduzir e vender bilhetes. Porque é que o outro, o cobrador/revisor foi eliminado? Simplesmente porque há condições técnicas/tecnológicas para prescindir daquela profissão.
Não se trata apenas do capitalista que quer mais lucro com menos custos.
As tecnologias tèm servido mais para proporcionar grandes fortunas aos capitalistas do que bem-estar ao povo. Porra, sempre assim foi, não negues as evidências! :-))
Vítor, admitindo que sempre assim foi, não tem que ser sempre assim. Porque a verdadeira questão não está nas tecnologias.
Partamos do teu exemplo. Se a questão não estivesse na lógica do lucro capitalista, as tecnologias poderiam ter permitido, no caso, libertar de parte do trabalho ambos os assalariados. Porque, com as novas tecnologias, seria possível produzir o mesmo trabalhando os assalariados (muito) menos. Por isso é que eu digo que as novas tecnologias, sob esse aspecto, são neutras. A razão da coisa está noutro lado.
Relendo o meu comentário, não sei se fui claro. Queria eu dizer "libertar de parte do trabalho ambos os assalariados", trabalhando ambos (menos). Portanto, sem gerar desemprego. O problema está nas contas que o patrão faz...
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