O Ai meu Deus anunciou mais um processo a um blogue. O problema não é um blogue ser processado: será que o terreno dos blogues está isento de cumprir as regras que se impõem aos jornais, às televisões, às revistas, às rádios, etc.?
O que devemos perguntar é se o que se disse é de facto penalmente censurável.
O ter dito que o maior filho da puta é que está a dirigir o governo é censurável? O ter permitido que uma brincadeira sobre a ida do ministro da saúde ao SAP seja colocado num Centro de Saúde é errado? Ter dito que uma atitude da directora do Museu Grão Vasco é uma atitude censória e inexplicável deve ser punido? O dizer que vivemos num ambiente censório e sufocante com tantos bufos, a maioria incompetentes, ignorantes e alarves, deve-nos levar ao pelourinho? Essa é que é a questão.
Os partidos políticos transformaram-se numa grande União Nacional. O politicamente correcto, as medidas de higiene e exigências de comportamento colectivo estão a atingir o paroxismo. E com algumas medidas que todos vamos aceitando, o governo vai querendo introduzir algum “respeitinho” por si próprio. Inaugura-se a ponte bem longe do povo; mostra-se ofendido o Sr. Primeiro-Ministro porque se põe em causa a lisura da sua licenciatura; o ministro da saúde demite porque só ele pode dizer piadas; a senhora conservadora do Museu também se acha com direito ao “respeitinho”. E assim havemos de ver toda a choldra do PS a exigir “respeito e consideração” pela mais inocente das piadas ou a mais leve censura. O Sócrates não é mais do que eu... dizem eles
(com falta de respeito).escrito por Carlos M. E. Lopes
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