Para não esquecer...

AS FALTAS DOS ALUNOS

A dona Lurdes, ministra da educação do governo pê-èsse, insiste em que ir ou não às aulas não é relevante para a avaliação dos alunos. Em princípio, este parece um princípio aceitável. Vejamos agora na prática.

O aluno X falta a meia dúzia de aulas, após as quais decide visitar o professor

[já que os colegas, esses pode-os encontrar facilmente no recreio].
O aluno X encontra-se, na aula, face a uma "matéria" que supõe conhecimentos anteriores e exclama: "não entendo". Será a dona Lurdes mulher para afirmar claramente que, numa situação como esta,
  • o professor se deve marimbar para as dúvidas do aluno e continuar com a aula para os alunos que não faltaram e estão em condições de a acompanhar? (ou será que o professor é o bombo da festa, escravo dos apetites do aluno?)
  • o eventual insucesso do aluno X se não reflecte na avaliação do professor (ao contrário do que está estabelecido nas modernaças fichas de avaliação que a dona Lurdes produziu)?
A dona Lurdes esclarece: deve progredir na escola quem tiver notas positivas, independentemente da assiduidade. "A avaliação tem que incidir sobre o conhecimento: sabe, passa; não sabe, não passa". A dona Lurdes não percebe nada de educação/ensino. O que se passa actualmente é o seguinte:
  • se o aluno ultrapassa o número legal de faltas, reprova (é estudante quem estuda; é aluno interno quem vai às aulas);
  • independentemente da reprovação, o aluno pode apresentar-se à escola dizendo que sabe: e faz uma prova (um exame), mas como aluno externo (como os alunos que, como ele, não vão às aulas).
Eu sei o que é que a dona Lurdes quer: aumentar ainda mais o "sucesso" (com umas provazinhas feitas à medida). Só que
  • este sucesso é apenas aparente;
  • quando o mar bate na costa, quem se lixa é o mexilhão. E o mexilhão, aqui, é o professor. A dona Lurdes ficará, beatamente posicionada, à espera para cobrar...
escrito por ai.valhamedeus

3 comentário(s). Ler/reagir:

Anónimo disse...

É verdade.
É a filosofia dos medíocres.
Numa semana um aluno não vai às aulas;
Na outra, falta outro.
E assim sucessivamente.
Um dia apetece-lhe ir visitar o professor. (Multiplique-se isto por 3 ou 4 alunos, não precisa mais)
O professor começa a aula e é interrompido pelo aluno flautista mais ou menos nestes termos:
-Ó meu, não compreendo o que está para aí a dizer!!!

O que fazer?
Repetir a matéria dada na semana anterior?
E será que isso será suficiente para o "flautista" aprender?
E os outros, aqueles que não faltam terão que ser sacrificados em nome das filosofias da dona lurditas?
Está-se mesmo a ver.
O ensino está como o governo, entregue a medíocres que tiraram os canudos num ano.

Anónimo disse...

É verdade ó canudo.
Tiraram os canudos num ano, sem qualquer assiduidade quanto mais pontualidade e ainda não havia o simplex.
Já devem estar a pensar em criar legislação para tirar, do mesmo modo, o mestrado e o doutoramento.
E assim henriquecerem o próprio curriculo.

lourenja.blogspot.com disse...

Não há bela sem senão.
O novo estatuto terá a virtude de evitar milhõ4es de atestados, muito dinheiro, alguns falsos?...