Para não esquecer...

A COMUNICAÇÃO SOCIAL E OS "RANKINGS"

Muitas páginas são votadas aos “rankings” escolares deste país, pelos jornais deste mesmo país. Desde comentadores de tudo, e também de “educação”, a cidadãos comuns, todos percebem muito do assunto.

Todos? Todos, não. Aparentemente só aqueles que deviam perceber de Educação, isto é os professores, é que não percebem nada do assunto. A não ser assim, na análise simplista de muitos, os resultados escolares seriam outros. Só não percebo como é que tanta gente douta ainda não encontrou uma tradução adequada para a palavra!...

Mas não é de “rankings” escolares que gostaria de falar. Por exemplo, já alguém se lembrou de publicar os “rankings” dos jornais e revistas portugueses, independentemente do número de vendas? Já alguém se lembrou de reivindicar o respeito pelos leitores e colocar os ditos num “ranking” de acordo com a percentagem de gralhas tipográficas, erros linguísticos, ortográficos e notícias dadas sem rigor, obrigando constantemente a posteriores correcções de informação?

Vem a este propósito a notícia sobre a morte de Sá Carneiro e Snu Abecassis (uma vez mais), na página 56 do Ípsilon de 16 de Novembro. No canto inferior esquerdo da fotografia a preto-e-branco, com letras brancas em fundo laranja, lia-se a legenda: Snu Abecassis e Mário de Sá Carneiro! Como poderia o poeta suicida acompanhar a dama com ar alegre e em segundo plano na fotografia? Esse interrompeu, ele próprio, a sua curta vida em Paris, não esperando que a tecnologia o apanhasse desprevenido. Erro grosseiro de informação, equivalente à resposta dada por um aluno à pergunta de História que questionava os seus conhecimentos sobre a histórica Defenestração: “foi quando os conjurados atiraram o Miguel Sousa Tavares pela janela fora”. Conjurada fosse eu!...

Portanto, a exemplo do leitor devidamente identificado que escreveu ao Director do Público sugerindo uma lista de funções para os professores do quadro de supranumerários, acrescento mais uma função de suprema importância: a de revisores de jornais de referência, a fim de preencherem o lugar dos extintos. E falo muito a sério. Já que se exige rigor que este seja para todos.

escrito por Gabriela Correia, Faro

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