Alguns histéricos têm-se manifestado contra a lei do tabaco de forma por vezes parva. Catarina Almeida, no Público de hoje, descobre uma contradição entre o aborto, permitido, e o tabaco, proibido. A histeria tem algumas figuras de proa como Sousa Tavares e Pulido Valente. Sousa Tavares, defensor acérrimo deste governo e de alguns desmandos do mesmo, acha a lei fascista. Pulido Valente, também.
Fui fumador. Deixei de fumar há uns anos. E deixei de fumar mais tarde, estou convencido, por causa de Macário Correia. Nunca gostei do estilo nem da forma. Mas deixou de me dar prazer e deixei de fumar. Foi assim.
Está provado, segundo os jornais, que o tabaco faz mal aos fumadores
(isso era lá com eles)e prejudica até quem se encontra por perto
(os ditos fumadores passivos).A estes seria natural que se lhes dessem alguns direitos. Já viram um tipo sentar-se numa mesa para almoçar e ao lado o Sousa Tavares e o Pulido Valente a lançarem baforadas para cima do nosso prato? Não gosto lá muito.
Pela prosa dos ilustres colunistas, só em Portugal tal se passaria. Mas eu lembro que em Edimburgo, há dois anos, foi proibida uma peça sobre Churchill porque o actor teria de usar o famoso e o imprescindível charuto em cena. Situação, essa sim, ridícula.
Agora compara-se, porque contraditório, o apoio ao aborto com a proibição de fumar. Comparação também ridícula.
Os argumentos do governo não costumam ser melhores, no que diz respeito ao fundamento da proibição de fumar. Costuma-se argumentar que o fumador dá prejuízo ao governo com os cuidados de saúde. Em Inglaterra parece que a oposição conservadora quer retirar qualquer apoio aos cuidados a doenças geradas pelo tabaco ou pela obesidade
(lá estou eu tramado).A estes argumentos já a Philip Morris
(na República Checa)respondeu que os fumadores até dão lucro aos governos. Dizia esta companhia, produtora de tabaco, que os impostos pagos e o menor tempo de vida só dariam lucros, pois, ao morrerem mais cedo, evitavam-se pensões e outras despesas.
Ele há gente maluca, não há?
escrito por Carlos M. E. Lopes
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Aproximando-se a Quaresma, os inspectores advertirem seriamente o Senhor Cardeal, de que aquando da lavagem dos pés aos acólitos, deverá adoptar os procedimentos legalmente previstos, cobrindo a cabeça com toca de plástico e as mãos com luvas de borracha, certificando-se na altura que o equipamento de extracção de fumos, vapores e odores, está funcionando devidamente, de forma a arejar o local.
A ASAE ainda inspeccionou a sacristia para se assegurar que D. José, um fumador incorrigível, não andou por ali a fumar algum cigarro, já que não constando nas listas dos espaços fechados da lei anti-tabaco as igrejas não beneficiam dos favores dos casinos pois, tanto quanto se sabe, o inspector-geral da ASAE nunca lá foi apanhado a fumar uma cigarrilha.
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