Para não esquecer...

Pê...quê?! [47] HOJE É ALCOCHETE, AMANHÃ NÃO SABEMOS

Pelo que tenho ouvido e lido, eu pertenço ao número minúsculo dos portugueses que não têm opinião sobre onde deverá ficar o novo aeroporto português. Assisto de fora, espectador nada surpreendido com o anúncio, hoje, da nova localização do referido aeroporto: este governo, que já gastou unhas e dentes

[e até ofensas]
na defesa da OTA, solenemente declara agora que o melhor é mesmo Alcochete.

E nada disto me surpreende porque, como se demonstrou, mais uma vez, ainda ontem, este governo pê-èsse continua a ser o que é há muito tempo: uma cambada para quem as coisas são assim mas podem ser assadas
[mesmo que jamais -- leia-se jamé -- antes pudessem ser: basta que haja algum interesse que mais alto se alevante].
A este governo falta tudo, até ideias, como aos cata-ventos
[mas os cata-ventos não é suposto terem ideias].
Há pouco, numa estação de tv, o ministro jamé, Mário Lino, justificava a mudança com a ideia
[vestida de sensata e de muito democrática]
de que tinha defendido antes a hipótese OTA porque não havia estudos que apontassem outra hipótese como mais aceitável. E isto, sim, é que me faz pasmar: se não havia estudos, como é que o engenheiro jamé poderia jurar que jamais? mandam as regras elementares de tudo o que é elementar que, se não há estudos, se façam estudos antes de gastar unhas e dentes na defesa de projectos que se não sabe se são os mais defensáveis.

Mas este governo pê-èsse é assim: o que lhe interessa é marketing. O resto que arda em fogueira alimentada de carne de gente. Dos menos poderosos
[até quando, meu Deus?]
escrito por ai.valhamedeus

5 comentário(s). Ler/reagir:

ARGomes disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anónimo disse...

A propósito da saída de António Costa para a Câmara de Lisboa, António Barreto escreveu na altura que essa saída deixou Sócrates praticamente sozinho à frente do governo e do partido. "Único senhor a bordo -- explicava Barreto -- tem um mestre e uma inspiração. Com Guterres, o primeiro-ministro aprendeu a ambição pessoal, mas, contra ele, percebeu que a indecisão pode ser fatal".

E continuava Barreto -- e este é o ponto que interessa para aqui: "A ponto de, com zelo, se exceder: prefere decidir mal, mas rapidamente, do que adiar para estudar".

O texto citado é todo uma caracterização soberba do modo socrático de governar. Ou de desgovernar.

Anónimo disse...

Os ministros deste (des)governo têm esta opinião e também a contrária se for preciso.
Desde que o tacho fique garantido, tudo bem. (Veja-se o caso do Governador do Banco de Portugal, mais rolha que o próprio Rolha)

Com coluna vertebral, este pêésse teve um único ministro, Luís Campos y Cunha de seu nome.
Claro passado 2 meses pediu a demissão.

Mas nem tudo pode ser mau.

Com tempo e horas já baptizaram o novo aeroporto


J A M A I S

ou seguindo as pisadas do outro do Allgarve

JÁMÉ

e teve bom padrinho:
Mário (Ka)Lino que ao despedir-se teve esta saída "estórica":

kamaradas e amigos, até à próxima se não nos virmos antes.

Anónimo disse...

Nisto tudo só (ainda me) espanta uma coisa - a obstinada arrogância do chefe-sócrates e o acabrunhamento dos ministros-servos.
Quanto a ser Alcochete ou Ota, dada a enorme diferença de gastos em dinheiros públicos e apesar de algum sério impacto ambiental, parece-me que será um mal menor a opção agora feita.
Também espero que comece a levar-se a sério o enorme contributo que a aviação tem para o aquecimento global. Naturalmente quem vai pagar a reconversão dos motores dos aviões serão os passageiros e não as companhias que têm acumulado lucros fabulosos, também à custa no não investimento em tecnologias menos poluentes...

lourenja.blogspot.com disse...

Estes políticos de meia tigela habituaram-nos a não ficar surpreendidos pelas suas,vaidosas,investidas e tomadas de decisão que são sempre controversas. A questão é que se o PSD, levianamente, tinha decidido pela OTA o Pêesse mais responsável que diz ser não podia afinar pelo mesmo diapasão. Cada vez acredito menos nos políticos embora sejam a essência da democracia.