Eu, que sou um habitué destas andanças, nunca vi em Viseu nenhuma manifestação de professores com a grandeza da que aconteceu esta tarde
[a RTP fala em cerca de 2000 professores].Entre os presentes que conheço,
- havia muitos professores, velhinhos, que sempre se tinham recusado a participar nestas coisas;
- havia um grupo enorme de uma escola onde a adesão dos professores, nestas coisas, é habitualmente nula.
- este fenómeno (nacional) só é possível porque este governo pê-èsse foi (está a ir) demasiado longe na (tentativa de) humilhação dos professores;
- olhando para trás, revejo os tempos em que o governo maioritário de Cavaco Silva parecia, autoritariamente, resistir, apesar de todas as "investidas": o tempo viria a provar que os cavalos também se abatem. Começo a pensar que valeu a pena andar 3 anos na luta anti-socretina por ideais que achava justos, mesmo quando a maioria parecia entender o contrário...
8 comentário(s). Ler/reagir:
Muito me tarda o meu amor na Guarda
[…]
Infelizmente, o aparente autismo do primeiro-ministro não choca, como se tem dito, com as misérias do "país real": pelo contrário, a sua arrogância e a impunidade de que continua a gozar são o melhor reflexo da situação nacional.
[…]
O eng. Sócrates, esse reformador determinado que a propaganda inventou, não é mais do que um sofrível gestor de um sistema desacreditado que ele, à custa de algumas medidas avulsas e de anúncios intermitentes, acha que modernizou.
[…]
E depois há os factos simples, objectivos e verificáveis, que não são simples nem objectivos e que, infelizmente, nunca se verificaram. Ou seja, os factos que justificam este tipo de proclamações: "O rendimento disponível aumentou, baixou o insucesso escolar, baixou o abandono escolar e o salário mínimo teve o maior aumento da década." Infelizmente, este país das maravilhas só pode aparecer nos discursos do primeiro-ministro, porque o país se encontra, de facto, numa situação sem saída.
Conatança Cunha e Sá, Público, 28 de Fev. de 2008
jcosta
Oxalá o tempo te dê razão!
Mas eu não deito foguetes antes da festa e gostaria muito de, sobre esta matéria, o tempo contrariasse o meu pessimismo moderado... É que a democracia não deixa de ter vicissitudes e a ignorância rende votos.
Abraço,
ALM
Se este ME resistir a tanto descontentamento e indignação, entrará certamente no Guinness dos burros teimosos.
Será que nos vai obrigar a encher Lisboa no dia 8?
Se é verdade que nunca se viu tamanha contestação, também é verdade que nunca viu, excepto em ditaduras, tamanha teimosia!
vitor m
assim é e a luta não pode esmorecer... abrç.
Hoje deu-me para as citações e, embora o Público, por via da divulgação da qualidade de uma certa licenciatura e de alguns ex- libris da arquitectura egitaniense, tenha perdido o estatuto de jornal de referência, ainda assim, excluíndo o conceito sarjeta, inventado pelo Augusto, vagamente Santos e muito
Silva (SS), aqui e ali (e até além) consegue-se matéria de muito bom nível, como por exemplo
O princípio da autoridade de
Miguel Gaspar, Público, 28.02.2008, de onde respigamos:
«O planeta da educação está outra vez de pernas para o ar. Quem viu o Prós e Contras e o crescendo de mobilização dos professores não tem dúvidas de que as pontes entre o Governo e os docentes já arderam todas.
[...]
Mais grave, desprestigiar os professores equivaleu a desprestigiar todo o sistema de ensino perante os alunos e perante as famílias.
[...]
É natural que um Governo que impõe sem ouvir tenha imposto um novo modelo de gestão das escolas que reflecte ele próprio uma concepção ideológica autoritária e funcionalista.
[...]
Essa figura do director está no centro da polémica, até porque terá um peso decisivo na questão das avaliações, o outro tema quente da batalha política entre professores e executivo, para a qual este último parte fragilizado. O próprio discurso de defesa da figura do director, que a ministra retomou na RTP, mostra como a autoridade e a liderança são preferidas em detrimento da democracia interna e da autonomia, que são obrigatoriamente os princípios de uma escola pública democrática. Sim, precisaremos eventualmente de lideranças, na escola e na vida do país. Mas difícil é liderar em democracia; e o que o Governo quer é que a instituição mais estruturante do regime democrático passe a ter por base a negação da própria democracia.
A mesma incapacidade de distinguir autoridade de autoridade democrática permitirá aos sindicatos resistir à sua óbvia tendência para rejeitar a avaliação; e a mesma cegueira administrativa deixará a ministra satisfeita por existirem aulas de substituição, sem perguntar para que é que servem. Mas não é necessária uma aula para compreender a utilidade da substituição da ministra.»
E da necessária mudança das políticas educativas, acrescento, bem como os destaques.
jcosta
Estava a ver se via a minha careca no meio do "maranhal(?)"
Obrigado pela foto.
MF
A luta continua! Os professores "velhinhos" começam a ver o seu lugar ao sol a ficar muito à sombra!!!
Quelital
Não.
Os professores "velhinhos", independentemente da idade, não pactuam com a imbecilidade e continuam indisponíveis para dar colaboração ao desacerto que pretende liquidar a escola pública, fazendo do ensino e da educação um bem escasso, no futuro. Não apreciamos particularmente o clima de conflito e de deriva legislativa em que, diariamente, os que decidem transformam a escola. Os estudantes e os professores têm direito a aprender e a ensinar, beneficiando de um clima propício ao desempenho de tais actividades. Só isso. e já não é pouco!
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