A vida é assim.
Assim, como? Perguntar-me-ão.
É cheia de surpresas.
Depois de muito se ter escrito e dito sobre indisciplina nas escolas; depois de se ter apontado o dedo a alguns Conselhos Executivos que não secundaram colegas na tentativa de se responsabilizarem os alunos pelos seus actos; depois de ter sido aprovado um novo Estatuto do Aluno, que é o que se sabe; eis senão quando, um dos intervenientes indispensáveis no binómio ensino/aprendizagem, e muito esquecidos nos vários escritos de alguns comentadores de tudo, e sobretudo de educação
(a deles),
munido de todas as competências tecnológicas e iguais meios, lançando mão dextra dos instrumentos tecnológicos ao seu dispor, coloca no imediato e mediático, para “Português ver”, o que se passa em muitas escolas dentro de uma sala de aula, que deveria ser um local de aprendizagem. Ao invés de um campo de batalha. Local de todas as frustrações, desamores?
Se a Escola e os Professores não tivessem vindo a ser tratados com letra cada vez mais minúscula, talvez nada disto se tivesse passado; pelo menos não com tal gravidade.
E quem destapou o véu diáfano da fantasia e mostrou a realidade nua e crua?
Pois foi! Uma das “crianças” que a Sr.ª Ministra quer proteger dos maus dos professores! Esta ideia não é da minha autoria. Li-a de um comentador, no Diário de Notícias, aqui há umas semanas atrás.
Por isso é que a minha afirmação inicial é verdadeira: a vida é cheia de surpresas!
Será que este incidente levará à queda deste Ministério e da Sr.ª Ministra, que foi “desagravada” logo a seguir à manifestação de 100.000 professores?
Ontem na SIC, tanto à direita como à esquerda, os comentadores políticos afirmaram que esta equipa já não tem condições para continuar.
No Correio da Manhã de hoje um editorialista acusava aberta e contundentemente os pais como principais responsáveis pela mala educación dos seus/nossos “rebentos”
(o substantivo é dele).
Insuspeito! Lá, fomos tratados como hooligans, preguiçosos que não querem ser avaliados!
Recordam-se?Pois é! Mudam-se os ventos, mudam-se as tempestades .
escrito por Gabriela Correia [Faro, 28 de Março de 2008]
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