Vamos lá ver se me consigo fazer ouvir perante este ruído alarmante e paralisante de quem quer ensinar conforme lhe ensinaram, após bolsas no estrangeiro, e longas horas de formação na área, entre outras.
Tinha decidido não mais me manifestar ou dar opinião sobre o que se passa na Educação. Já tanto se escreveu e disse; já tantas doutas pessoas se retractaram!
Pero, a educação se muove. E todos os dias nos levantamos e ensinamos, o melhor que podemos e sabemos, jovens que querem (?) aprender, com maior ou menor grau de vontade, dependendo de tantos e desvairados motivos.
Imagine o leitor, e os doutos plumitivos que tanto sabem destas coisas de educação, que eram professores e, que no meio da sua explicação, ouviam uma voz de 16/17 anos indagar sem rebuço se ainda tinha o período. O que fariam? Que decisão tomariam em fracção de segundos? Folheariam, em espírito e rapidamente, o cardápio das muitas opções de escolha que lhe ensinaram nas muitas acções a que assistiu após quase 35 anos de ensino, ou convidaria a “prevaricadora” a sair da sala por desrespeito aos seus mais de 50 anos? Ou nem se dignaria responder?
Errado. Tentem de novo!
Opção certa e possível para que a relação de confiança se mantenha: perguntar porquê.
A voz cândida necessitava apenas e tão só de um penso higiénico!
Conclusão, a avaliação de professores deveria contemplar um parâmetro para as professoras que têm a felicidade de ainda serem menstruadas, e que, prevenidamente, se munem antes de se dirigirem ao seu local de trabalho desses pequenos nadas que podem salvar as jovens de tais embaraços. Estes e outros pequenos nadas, como comprimidos para as dores menstruais, lenços para os ranhosos compulsivos (creio que ainda não houve um único ano que me não tivesse calhado um desses), pensos rápidos e talvez até fraldas para os incontinentes, que parecem ser cada vez em maior número. Será das coca-colas?
Eu até me modernizo e acho bem que os alunos nos vejam como os seus melhores amigos, os pais nos vejam como substitutos, a sociedade em geral nos olhe como os salvadores. O pior é quando toca a notas e repreensões: o professor deixa de ter autoridade. Passa a ser o inimigo, o incompetente, o grande malandro que não faz nada. Só tem férias.
Vá lá agora, que vieram as aulas de substituição para nos porem a trabalhar!
As Aulas de Substituição! A grande bandeira da Sr.ª. Ministra e do Sr. 1º Ministro! Mas, como não há bela sem senão, pelo menos na minha escola, elas estão em vias de extinção. É que devido ao elevado número de colegas que se estão a reformar, uns por tempo e idade, outros por falta de paciência perante tanta verborreia legal, o “stock” de professores aos quais se pode atribuir esta função está a diminuir drasticamente. Os professores que os vêm substituir só são contratados para a Componente Lectiva, isto é, aulas. A Componente não Lectiva, que contempla as Aulas de Substituição, não pode ser atribuída ao docente contratado para substituir o aposentado. Por razões óbvias: a ser assim teria de lhe ser pago um horário completo. Isto não sabe o Dr. Miguel Sousa Tavares.
Resumindo, os decretos ministeriais invalidam automaticamente outros decretos ministeriais, matando-os. Isto não vos faz lembrar nada? Pois é, a educação está a transformar-se num cancro.
escrito por Gabriela Correia, Faro
AVALIAÇÃO E FICCÕES
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3 comentário(s). Ler/reagir:
Foi preciso a ministra da educação....
ah ah perdão...
da avaliação
ah! perdão...
da confusão
Com que alegria a ministra da confusão proclama os avanços do número de alunos e sobretudo do sucesso!!!
Um menino de 10 anos conheço eu que está no 4º ano de escolaridade e ainda não sabe escrever nem ler.
Isto diz bem da qualidade de ensino.
Aqui os professores têm culpa. Mesmo pressionados pelos inspectores não podem fazer transições destes alunos.
Mais grave é chegarem a entrar no Ensino Superior sem dominarem minimamente a língua e a escrita materna.
É a bola de neve no atoleiro da reforma educativo e com muita mágoa terei de concluir que os docentes também têm culpa nesta situação ao embarcarem no facilitismo.
Xosé do Almargem
Meu caro Xosé, alguns embarcarão, por medo, no facilitismo, mas muitos mais continuam a não pactuar com MEs a quem apenas interessam números para apresentar aos patrões de Bruxelas.
E continuam a ensinar e a exigir, contra ventos e marés socretinas ou não!
vitor m
Apoiado!
E a pressão dos pais e de alguns colegas quando a tua disciplina "foge ao padrão"!? Agora todos os alunos têm de ser excelentes, bons a tudo. Mesmo que não abram um livro. A culpa é tua, que não os motivaste. Ainda que tenhas feito o pino.
Os professores não podem ser todos titulares, nem todos bons, mas os alunos podem e devem. Sem mexer um dedo.
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