ANDA TUDO MAL... -9- o retrato dum país

Com a "secção" Anda tudo mal, tenho procurado demonstrar que a ideia de que isto anda mal tem servido sobretudo para escamotear que as coisas não estão mal para todos. Agora, sem qualquer comentário, transcrevo a síntese do destaque do Público de hoje. Confronte-se a situação nele sintetizada com as situações apresentadas nos outros Anda tudo mal. É o retrato do país governado pelo José do pê-èsse:

Trabalhadores pobres e com baixos salários já são maioria no recurso ao Rendimento Social

O Rendimento Social de Inserção (RSI) deixou de ser concedido maioritariamente a beneficiários que não dispõem de qualquer outro rendimento, como aconteceu até 2006. No ano passado, a maioria dos que recebem aquele apoio social do Estado auferia outros rendimentos, nomeadamente do trabalho, que eram, contudo, insuficientes para garantir a subsistência do agregado.

"Estes dados indicam um contingente de trabalhadores pobres em Portugal que, mesmo trabalhando, necessitam da complementaridade do RSI", conclui a síntese do relatório anual de execução desta medida, a que o PÚBLICO teve acesso.

Havia, no final do ano passado, 117.740 agregados familiares a receber Rendimento Social de Inserção, o que representa um aumento de quase dez por cento em relação a Dezembro de 2006. Em números absolutos, Porto e Lisboa concentravam o maior número de famílias (respectivamente 42.127 e 15.505).

O valor médio da prestação mensal é de 218,96 euros por agregado familiar. Qualquer coisa como 80,14 euros por mês, por beneficiário - 2,70 euros por dia.

Paralelamente, o recurso ao subsídio social de desemprego, que pode ser pedido por quem não descontou o tempo suficiente para beneficiar do subsídio normal, está a crescer. Cerca de 44 mil pessoas recebiam em Fevereiro o chamado "subsídio social de desemprego inicial", uma subida de 23 por cento em termos homólogos.

escrito por ai.valhamedeus