1.
A Argentina será o pais Hóspede de honra na próxima Feira do Livro de Frankfurt.
A Feira é o principal evento do mercado do livro do mundo, não é só um lugar para expor livros, também é um local de vendas
[as editoras mais importantes do mundo em todas as linguas estão na Feira de Frankfurt].Lá se negociam as possíveis traduções, se fazem lançamentos, se vendem direitos autorais, e a Argentina no ano 2010 terá, como Hóspede de Honra, um stand de 2500 metros quadrados.
O governo argentino decidiu que os "ícones" argentinos, para nos representar, seriam Eva Perón, Che Guevara, Diego Maradona e Carlos Gardel.
Deles, só o Che escreveu alguma coisa, há um livro atribuído a Eva Perón
(A razão da minha vida),Diego Maradona nunca escreveu nada e Carlos Gardel também não
(além disso, diz-se que Gardel nasceu no Uruguai).Isso provocou alguns movimentos para que os ícones fossem outros, --afinal a Argentina tem escritores importantes como Jorge Luis Borges, Julio Cortázar, Roberto Arlt, Alfonsina Storni, e vários outros....
AQUI podem ler uma carta dos escritores argentinos solicitando outras imagens para colocar em Frankfurt.
Algo interessante da Feira é o que acontece com as traduções. Segundo Patricia Aldana da Organização Internacional do Livro Infantil e Juvenil:
–¿Por qué casi no traducen?2.
– El libro en inglés es el más traducido porque es la lingua franca. Los editores en muchos países sólo leen en inglés, entonces si un libro no fue escrito o traducido al inglés, un editor francés, alemán, sueco o ruso no lo puede leer. Antes el mercado norteamericano y el inglés estaban más interesados en hacer traducciones. Ahora son más autosuficientes, no les interesa el resto del mundo, traducir es más costoso. Hay muchas razones hasta inconscientes que hacen que no se traduzca. La realidad es que el efecto ha sido muy nefasto en todo el mundo.
(de Página 12)
- Por quê quase não se fazem traduções de outras línguas para o inglês?
-O livro em inglês é o mais traduzido porque é a lingua franca. Os editores em muitos países só lêem em inglês, então se um livro não foi escrito ou traduzido para o inglês um editor francês, alemão, sueco ou russo não pode lê-lo. Antes o mercado norteamericano e o inglês estavam mais interessados em fazer traduções. Agora são mais auto-suficientes, não têm interesse no resto do mundo, traduzir é mais custoso. Há muitas razões até inconscientes para que não se traduza. A realidade é que o efeito tem sido nefasto para o mundo.
Não sei se com o português e o espanhol é a mesma coisa. Na Argentina desconhece-se quase toda a literatura africana feita em português, e da literatura portuguesa acho que só Saramago é conhecido (entre os contemporâneos).
No caso da literatura brasileira, acho que também, chegam os autores "clássicos" (Jorge Amado, Guimarães Rosa...) e algum outro.
Por isso, como um pequeno aporte para o "Ai Jesus", partilho com vocês as traduções (para o português do Brasil) das crónicas de Roberto Arlt.
Esta dissertação consiste na tradução, não anotada, do volume de crônicas Aguafuertes porteñas, do escritor argentino Roberto Arlt (1900-1942), nas quais o autor tece ácidas considerações sobre a sociedade portenha das décadas de 1920-30. Precedem a tradução algumas informações biográficas sobre autor e sua obra, um estudo sobre as "Águas-fortes portenhas" bem como sobre a linguagem arltiana e sua especificidade no processo de tradução, seguido de uma análise dos principais problemas encontrados e as soluções adotadas. Compõe também este trabalho um glossário, com termos específicos das crônicas, que poderá servir de material de consulta para futuras traduções. Por fim, as "Águas-fortes portenhas" traduzidas.
Eu gosto muito das Aguafuertes de Roberto Arlt; tomara que vocês gostem e que o Maradona faça muitos dribles em Frankfurt...
escrito por EduardoLG, Argentina
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