Ao observar as longas bichas de estado-unidenses que avançam lentamente para os centros de votação, confirmo
[uma vez mais]
que este espectáculo é também ele responsável da ideia tão falsa como generalizada em Portugal
[basta ler alguns blogs e listas de discussão]
de que o maior país da América do Norte é o berço, a sede e a caixa-forte da democracia ocidental.
Os políticos dessa nação estão dispostos a tudo
[guerras de Iraque e Afganistão; guerras frias e quentes; golpes de estado como no Chile de Allende; controlo político e económico como em quase toda a América Latina, etc.]
para manter, exportar ou impor esta maravilha da política moderna.
Segundo rezam as enciclopédias e dicionários, a democracia está ancorada na ideia de que o poder reside no povo
[poder exercido através do voto]
que escolhe os melhores para o governarem.
A realidade supera a ficção: o povo dos Estados Unidos de América é um dos menos participativos.
Na realidade, o governo dos Estados Unidos é um dos menos representativos:
- Nas bichas que hoje nos mostram as grandes cadeias de televisão está uma ínfima minoria de cidadãos com direito ao voto.
- O que digam hoje os votantes importa muito pouco, porque…
- O poder real das eleições está nas mãos do «Colégio eleitoral», formado por um selecto e elitista grupo de 538 pessoas
[nas eleições de 2000 o povo elegeu Al Gore, mas o Colégio Eleitoral achou que Bush seria mais conveniente. E Bush foi presidente].
Esta noite saberemos a quem os grandes interesses dessa nação entregaram a presidência do país. Porque a realidade é que o poder neste país continuará nas mãos das grandes corporações que controlam a indústria armamentista, a do petróleo e o mundo financeiro
[basta uma olhadela para a actual crise financeira para ver como os bancos, que se descapitalizaram para enriquecer os seus executivos, recebem agora bilhões de dólares para não irem à falência].Democracia? Claro!
escrito por José Alberto, Porto Rico
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