Para não esquecer...

A MONTANHA PARIRÁ UM RATO?

Estou na escola onde trabalho, num curto intervalo entre aulas. Há grande agitação: segundo parece, um porta-voz do governo anunciou um conselho de ministros extraordinário sobre a avaliação docente, que estará a decorrer, e uma conferência de imprensa às 18h. Motivo da agitação: a pergunta "cairá a ministra? / suspender-se-á a avaliação?"

Atendendo à prática deste governo pê-èsse, não me custa admitir a hipótese de mais uma operação de marketing
[que poderia ter sido mais aperfeiçoada: por exemplo, o conselho de ministros poderia ter sido no sábado ou mesmo no domingo -- daria mais solenidade ao acto e mais facilmente convenceria, se o anúncio for a impossibilidade de alterar qualquer coisa de substancial].
Não me custa admitir a hipótese de, na conferência de imprensa, se anunciar coisa nenhuma, tentando fazer passar a ideia de que se tentou tudo
[até um conselho de ministros extraordinário],
mas é realmente impossível que a coisa seja de outro modo. Ou, então, admitir qualquer cedenciazita para desmobilizar professores
[e até eventualmente algumas organizações sindicais: a História do movimento sindical permite-nos admitir facilmente a hipótese de pressões governamentais nesse sentido, particularmente junto dos sindicatos da UGT].
Espero que nem os apelos do Sr. Escusa à serenidade
[que ontem se repetiram]
nem alguma cedência no que é acessório consigam desmobilizar professores ou sindicatos da única condição para serenarmos a luta: a suspensão imediata deste modelo de avaliação.

escrito por ai.valhamedeus

1 comentário(s). Ler/reagir:

Anónimo disse...

Eu disse o mesmo, quando cheguei à escola, esta tarde. Uma colega estava toda esperançada em que "é desta". Arrefeci-lhe o entusiasmo. Este tema da Educação já se transformou há muito numa luta de partidos e de damas, uma de ferro e a outra de barro. Lembram-se da história das panelas de ferro e de barro do livro de Leitura da 4ª classe, se não estou em erro?
Gabriela