Como já estais a adivinhar, ontem, Sábado, fui às compras. Já vos habituei ao meu périplo pelas mercearias, frutarias, e outras locandas de bairro. Eis que entro na padaria, e que achais que estava em discussão “sobre a mesa”? A Educação, pois então! E em especial a avaliação! Agora qualquer bicho careto, com perdão para os bichos caretos verdadeiros, nos avaliaMas, dizia eu, qualquer um nos avalia. Porque sim e mais que também, que agora é que eles vêem o que é bom para a tosse. No meio dos rotweillers assanhados, decerto PSs acérrimos, encontrava-se um dissidente. Congeminei: ou é da oposição, ou tem na família professores. Entrei na contenda, pois não sou mulher de fugir da luta, e gosto de esclarecer os desinformados. A bem ou a mal. Prefiro depois lamber as feridas ou bater em retirada estratégica se o esclarecimento se revelar inútil.
(o computador não reconhece a palavra bicho e propõe-me bicha! Também não reconhece o careto. Tanto pior: carrego no ignorar tudo e sigo adiante. No que estou tão-só a imitar a ministra e afins).
E foi o que aconteceu.
As palavras são como as cerejas. E as ideias também. A páginas tantas já se falava de Aulas de Substituição. Não tenho a certeza de ter sido eu a introduzir o tema. Mas dou de barato que sim.
Expus as minhas razões, e uma mãe, com todo o aspecto de mãe de família, retrucou agastada: E a mim que me importa que seja um Professor de Inglês que vá substituir um Professor de Educação Física?! Ele não vai dar uma aula, vai tomar conta do meu filho. E eu fico mais descansada.
Então sempre é isso. Afinal sempre é essa a filosofia das ditas. Onde terá ela aprendido? Com a Sr.ª Ministra e seus prosélitos é que não foi, com certeza!!
Achei que estava na hora da tal estratégica retirada e deixei a agastada a falar com o dissidente-defensor.
Ainda atirei antes de sair: eu não consinto que os meus alunos me tratem por você, já que a tão preocupada mãe usou esse tratamento, tão comum no Algarve. O meu despeito fez-me pensar: pois, para Tu poderes estar descansada à conversa no café, com as amigas. Fui, porventura, igualmente injusta.
Com o orgulho em frangalhos, porém não a dignidade, decidi ir de tarde, já com as compras devidamente acondicionadas, a um “evento” musical anunciado num desses outdoors tão solícitos quanto enganadores.
Ainda mal refeita da contenda, toda empinocada para a audição musical, música clássica estais a ver! Sim, que a um concerto de música clássica não se vai vestida como se vai às compras, eis que desaguo num Congresso com o predomínio do sexo forte.
No pouco tempo que lá estive, não creio que este venha a ter história, sequer estória, a menos que os objectivos dos participantes nada tenham a ver com a multiplicidade e complexidade dos da nossa avaliação. E receio estar a ser injusta, tanto ou mais do que é esta nossa avaliação.
E mais não digo, que nem isto era para dizer. E foi-me muito bem feita por ter trocado a apresentação de um livro no Pátio de Letras pela música. Ainda que clássica.
[Faro, 16 de Novembro. Porque ontem foi Sábado e eu também fui às compras]escrito por Gabriela Correia, Faro
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