Para não esquecer...

ESTUDANTES DE VISEU MANIFESTAM-SE

A manifestação nacional de alunos, hoje, ganhou direito a notícia com destaque sobretudo pelo que se passou em Viseu. Por boas razões
[pelo número de alunos presentes]
e por más
[parece que, mais uma vez, o comportamento da PSP não terá sido pacífico: o relato de uma das minhas alunas que estiveram lá, uma moça muito pacífica, confirma as declarações dos dirigentes associativos locais que ouvi nas televisões].
Tivemos um repórter no local
[um abraço para o Jerónimo Costa],
que, entretanto, por razões laborais não pôde trazer senão meia dúzia de fotos. Ficam aqui
[clique na apresentação para controlar o modo como a quer ver, incluindo a hipótese de a ver em ecrã total]:




escrito por ai.valhamedeus

5 comentário(s). Ler/reagir:

Rafaela disse...

Enfim... Não há outras palavras a não ser: ISTO É UMA PALHAÇADA. Tanto os alunos como os professores estão a fazer disto ume verdadeira festa. Gostam ambos de se gabar que fizeram greve. Mas por que motivo? Ontem, perguntei a vário colegas meus o motivo pelo qual iam fazer greve. Nenhum me soube responder. Acho que não há comentarios possiveis...
Fecharem as escolas com correntes é outra atitude para a qual não há palavras. Eu como aluna, nao concordo com os motivos da greve. Não me deviam obrigar a fazer greve. Alias, sinto-me muito bem com o novo estatuto do aluno. Este regime de faltas está excelente.
Em relação aos professores, acredito que este modelo de avaliação não seja o melhor. Mas em vez de andarem nestas greves, que com isto estão a perder o respeito total, apresentem propostas COERENTES. Embora eu saiba que os verdadeiros bons professores, aqueles realmente excelentes, não tenham motivo para andar nesta fantochada. Sim, o modelo de avaliação não esta perfeito, alias, esta bem longe disso. Um exemplo disso é o facto de numa escola poderem existir apenas 4 excelentes, se nao me engano. Mas tem que haver diferenciaçao de bons e de maus professores, a avaliaçao tem que existir.
Em relaçao a aulas de substituição... Eu como aluna confesso que não é tempo rentavel. Sinto-me estupida nessas aulas. Mas acho que em vez de se tentar abulir com elas, se deve tentar é fazer com que sejam rentaveis. A escola deve garantir que o professor substituto seja da disciplina. Assim, fica ao encargo do professor substituto garantir que a aula se dê de forma rentavel para a disciplina. Não digo que se dê na normalidade, porque isso só o professor mesmo é que consegue fazer. Mas deste modo a aula de substituição serve para garantir que se aperfeiçoem os conhecimentos leccionados anteriormente.
Poderia estar para aqui a falar, a falar.. Mas isto é um tema que dá panos para mangas e sei que o meu comentario não será muito bem aceite pelos defensores da greve.
Cumprimentos,
Rafaela

Ai meu Deus disse...

Olá, Rafaela!

Eu fiz greve (de professores), voltarei a fazer na próxima semana e, continuando a haver razões, em 19 de janeiro. Não é por isso que o seu comentário me desagrada (ou me agrada): independentemente disso, acho que a Rafaela não tem razão, pelo menos nalguns pontos, que vou referir.

1. Não vejo problema nenhum em que nas greves e nas manifestações haja festa (nem umas nem outras são funerais, embora nalguns casos devessem ser :-)). A Rafaela vê algum problema? diga lá um (um problema ou uma razão para que não sejam);

2. Do facto de alguns dos seus colegas não lhe dizerem por que fazem "greve" não se segue que não tenham (ou que tenham) razão. Se a Rafaela teve filosofia no 11º ano, há-de saber que este seu raciocínio é falacioso (e a falácia até tem um nome;-));

3. Como professor, não acho que o novo estatuto do aluno seja excelente, nem nada que se pareça. A Rafaela não invoca nenhuma razão para provar que tem razão, mas eu dou-lhe só 1 razão, seguramente menor, a meu favor (se quiser mais, diga, que há bastantes mais): prevê-se que a prova de recuperação incida sobre matérias das aulas em que o aluno faltou: diga-me como é possível fazer uma prova sobre matérias espalhadas ao longo do ano (como podem as faltas estar espalhadas);

4. Explique porque é que a participação em greves faz "perder o respeito total". Eu entendo, ao contrário, que a luta pela dignidade profissional e pessoal, contra a humilhação, é algo que dignifica quem nela participa. Mais: a luta dos professores é uma luta pela qualidade do ensino: este modelo de avaliação faz PERDER muito tempo em actividades que não melhoram em rigorosamente nada a qualidade do ensino;

5. Quanto às aulas de substituição, tal como estão concebidas (e estão concebidas para a) entreter os alunos; b) poupar dinheiro ao Estado à custa do trabalho gratuito dos professores -- se quiser, explico melhor porquê), são um aborto. Um aborto, repito. Um professor de Educação Física dar uma aula de substituição de Filosofia ou vice-versa?! Poupe os alunos e os professores! Diz a Rafaela que a Escola deve garantir que o professor seja da disciplina; ora quem deve garantir isso é o governo, disponibilizando os recursos necessários para que essas aulas não sejam DADAS -- que sejam pagas como as restantes aulas. Isso implicaria uma bolsa de professores, como há noutros países, a fornecer trabalho pago como qualquer trabalho deve ser (e aqui é que o Governo torce o rabo...);

6. A diferenciação entre os bons e os maus professores não é este modelo de avaliação que a faz: é uma coisa que se chama cotas. E o que as cotas fazem é definir à partida (isto é, antes de qualquer avaliação), quantos professores são excelentes e quantos o não são. Uma aberração, como a Rafaela talvez concordará. Que se deixe que seja a avaliação que de facto distinga quem é excelente de quem não o é. O que se passa com este modelo seria algo se como na sua turma no início do ano o professor de... Português dissesse que apenas 2 alunos podem tirar 20. Agrada-lhe a ideia? ;-) Acha justa uma avaliação feita nesses moldes?

Mas a monstruosidade deste modelo está em muitos outros aspectos...

7. Sem falsa modéstia, considero-me um "verdadeiro bom professor" (e parece-me que os meus colegas e os meus alunos maioritariamente não discordarão de mim ;-)) e, apesar disso, ando "nestas fantochadas" há muiiiiito tempo -- e andarei até que a dignidade seja reposta. E digo-lhe mais: ando nisto apesar de não ter absolutamente nenhum medo de ser avaliado. Absolutamente nenhum. Não é por medo que ando (para usar as suas palavras) "nesta palhaçada".

Poderia, eu também, "estar para aqui a falar, falar". Espero que tenha contribuído para MOSTRAR que nada disto é palhaçada. Que a razão move este movimento nacional contra um ministério que insiste em ter, ele só, razão contra todos.

Anónimo disse...

O comentário da Rafaela, que corajosamente manifestou a sua opinião, vem demonstrar como toda a gente que não é profissional de educação anda enganada quanto ao que este Ministério tem feito contra a verdadeira educação. E retomo as aulas de substituição como exemplo: todos os professores estão de acordo em que haja substituições com professores da mesma disciplina. O problema é que já nem dos outros vai havendo. Vou explicar-lhe: só os professores com redução na componente lectiva é que podem assegurar as aulas de substituição. E destes, nem todos, mas seria fastidioso dizer quais e por quê. Os outros já têm horário completo com as aulas efectivas deles. Como há muitas escolas onde a maioria dos professores, ou pelo menos uma grande parte, se estão a aposentar, os que os vêm substituir só vêm dar esse horário reduzido, que o Ministério não paga o resto das horas da componente não lectiva. Está a ver por que razão: sai mais barato ao Estado!
Então o que acontece? Concretamente, no passado ano lectivo, estávamos 2 a 3 professores em cada tempo lectivo a assegurar as ditas aulas de substituição. Este ano, como já se reformaram "bué" de profs só já há 1 prof, por vezes 2 de serviço. Se faltar mais do que um prof ao mesmo tempo, uma turma tem aulas de substituição, a outra não. Acha bem? Os professores não andaram a estudar tanto e a fazer acções de formação para "entreter" os alunos. Eles sabem muito bem fazê-lo sozinhos. Sobretudo no Secundário. Poderia continuar a enumerar as razões pelas quais temos razão e por que fazemos greve, apesar de perdermos muito dinheiro: à minha conta perco 98 euros por cada dia de greve. Ah! pois! E já estou no 10º escalão "há bué"e fui avaliada num exame externo e por um júri de 4 pessoas para passar do 7º para o 8º escalão.
Só para terminar: por causa das aulas de substituição, não posso dar aulas de apoio na minha disciplina aos meus alunos. Só se dormir na escola.
Há muito, muito mais, mas já vai longa a explicação e se tiver paciência para ler e quiser entender o que o ai meu Deus e eu escrevemos, vai ver que isto não é palhaçada, mesmo que seja uma festa, festa por estarmos todos unidos. Rimos para não chorar. os profs são gente bem disposta. É melhor para os alunos, pode crer.
Um abraço
Gabriela

Anónimo disse...

Pelo comentário da rafaela considero que realmente há alunos que nao sabem como se encontram a ser avaliados e muito menos as razões pelas quais existem greves e os alunos se revoltam. Isto não e uma "palhaçada" tal como tu dizes, mas sim uma forma de protesto para que ela saiba que o que está fazer nao e o correcto e que deve ser alterado ! gostava que me dissesses se achas bem que um aluno que chege 10 min atrasado á aula falta tal como um aluno que venha a 10 min do fim ?? que seja procriado um director de escola que é eleito por pessoas externas á escola e que por ele decida como e quando fazer o quê numa escola ?? penso que tens q reflectir e unir todos os pontos que a ministra ja fez, ja referiu e que se nao a travarmos continuará pensando que o que está fazer é o certo e que pode fazer o que quiser , pois nao existe ninguem que a confronte !
um abraco
André Mateus

Anónimo disse...

gostava tambem de pedir as fotos da greve nacional de alunos que se encontral nos slides ao autor deste site sff ! sou o aluno que se encontra com o cartaz na mao ! pedia q enviasse para : andre_mateus_4@hotmail.com