Para não esquecer...

hoje é sábado 15. A FOLHA DO SALGUEIRO

Adoro essa mulher moça e formosa
Que à janela, a sonhar, vejo esquecida,
Não por ter uma casa sumptuosa
Junto ao Rio Amarelo construída…
- Amo-a porque uma folha melindrosa
Deixou cair nas águas, distraída.

Também adoro a brisa do Levante,
Não por trazer a essência virginal
Do pessegueiro que floriu distante,
No pendor da Montanha Oriental…
Amo-a porque impeliu a folha errante
Ao meu batel, no lago de cristal.

E adoro a folha, não por ter lembrado
A nova Primavera que rompeu,
Mas por causa do nome idolatrado
Que essa jovem mulher nela escreveu
Com a doirada agulha do bordado…
E esse nome… era o meu!
[António Feijó]

escrito por Carlos M. E. Lopes

0 comentário(s). Ler/reagir: