Para não esquecer...

MADRASA AL HISAR

Partilho a repulsa causada pelos graves incidentes ocorridos na Madrasa Al Hisar, no Porto, em que um grupo de talibans desembestados sequestrou a mestra de psicologia, no
[decerto vão!]
intento de lhe extorquir notas sem saldo suficiente de conhecimentos.

E maior ainda é o meu escândalo pela indolência estatal, pois trata-se de crime de extorsão na forma tentada, cometido com utilização de arma de fogo, contra funcionário público no exercício e por causa das suas funções.

Não me venham com argumentos tirados do material de que a arma era feita, pois se os talibans ensaiassem a mesma gracinha numa agência do BPN para sacarem uns trocos, logo os poderes constituídos mobilizariam dezenas de empapuçados hiper armados, que, em directo exclusivo para as tvi's, cercariam o bairro inteiro e não hesitariam em dar à morte tal escumalha.

O Almoxarife El Djej as'Seghir - que ainda há pouco tempo declarava estar ao corrente do porte habitual de arma de fogo pelos talibans de todas as idades - limitou-se a declarar molemente que mandaria estudar o assunto.

Al Aswas - o preclaro rais das confederações de progenitores - lançou-se numa furiosa diatribe contra os telemóveis, vectores da infâmia e instrumentos
[pretensamente]
ao serviço dos mais negros desígnios dos professores, que, como é publico e notório, não olham a meios para desacreditar a ministra.

Enfim, cacofonia geral! E até os profs mantiveram uma notável circunspecção, não fosse alguém lembrar-se que, no passado ano, um deles tentou gamar o telemóvel de má maneira a uma aluna, investindo-a com desenfreada brutalidade, limitando-se o crime à forma tentada porque a indómita proprietária
[privada]
resistiu com valentia e eficácia.

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A cena ocorrida na Madrasa Al Hisar evoca-me um dos muitos fait divers que coloriram o reinado do Senhor D. Pedro I, tão acertadamente cognominado de Justiceiro.

Regressado D. Pedro de um dos périplos em que as modernas "presidências abertas" decerto se inspiraram, foi informado que dois dos seus mais fiéis escudeiros tinham morto um judeu. Eram rapazes de nobre estirpe e da sua idade, que com ele tinham crescido no conforto dos paços reais.

Cioso do respeito pelo princípio do contraditório, mandou-os vir à sua presença para se explicarem, ficando assim a saber que a façanha tinha por motivação exclusiva a raça do defunto.

Mandou-os D. Pedro garrotar sem mais delongas, causando grande escândalo na corte, que lhe recriminou o exercício de tanta severidade contra dois amigos de infância.

Um palaciano mais atrevido perguntou como era possível tamanho excesso "só porque mataram um judeu". Respondeu o rei com toda a candura:

- É que decerto mataram um judeu para se treinarem e a seguir matarem cristãos...

escrito por Ya Allah

1 comentário(s). Ler/reagir:

Anónimo disse...

Urgente, mesmo, é o regresso de D. Pedro I, o Justiceiro.
Gosto do escrito deste infiel, Ya Allah.
E também concordo que nesta altura da vida nacional, o regresso do Toino das Botas, já nada resolvia.
Mas os falsos e falsificados intelectuais do nosso quintal com a merda dos complexos e dos traumas das criancinhas fazem dos nossos infantis e jovens o campo de treino para os malfeitores e marginais que infestam o território.

Hoje roubam um brinquedo, amanhã um telemóvel, a seguir um automóvel e no outro dia matam o próprio pai...

Os mais espertos falsificam canudos de cursos superiores, criam empresas, bancos ou gerem empresas públicas ou mesmo fundações onde roubam à descarada