José Sócrates é uma máquina de discutir; consegue argumentar em todas as áreas. Fazendo-se ora de vítima, ora de líder, ora de analista, actua com desenvoltura no palco televisivo desempenhando todos os papéis. Salvo erro - e quem viu esta última entrevista testemunha-o -- é o primeiro chefe de Governo que, quando entrevistado, também faz perguntas (por exemplo, perguntou a um dos entrevistadores se ele era contra a auto-estrada para Bragança).Constrói à sua volta um sólido muro, simultaneamente defensivo e ofensivo, que é difícil contornar e muito menos destruir. [...] Sócrates, que tem habilidade para, durante uns três minutos, colocar como hipótese não ser escolhido como candidato do PS a primeiro-ministro, sabe gerir o tempo como ninguém. É um mestre nessa arte e há que tirar-lhe o chapéu. A cada pergunta incómoda, refugia-se dentro das paredes sólidas do muro e fala longamente sobre nada. Daí a longa explicação sobre a energia eólica, fotovoltaica e hídrica (com o que toda a gente concorda e apoia o Governo) a propósito da dívida externa. E daí também a fuga a sete pés do tema baixa de impostos, que o primeiro-ministro não quer fazer, mas também não quer negar.
[Henrique Monteiro (negrito meu). Pode ler todo o texto AQUI]
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