Para não esquecer...

COURBET E A POLÍCIA DE BRAGA

A polícia de Braga apreendeu livros numa feira de Braga pelo facto de as capas conterem imagens pornográficas.

Acho bem. As capas reproduziam pinturas do fundador do realismo, Gustave Courbet (1819-1877)
Courbet(ver reprodução de A Origem do Mundo, ao lado).
Os bons costumes nunca se arredaram da cidade dos arcebispos e de Mesquita Machado. A actuação do MP em Torres Vedras
(uma enchente no Carnaval),
a directora da DREN, Santos Silva e agora Braga, contribuem para aquilo que já ninguém pode esconder: vivemos num retorno ao medo, à perseguição, ao silêncio. Ainda não é ostensivo, mas há cheiro no ar.

escrito por Carlos M. E. Lopes

9 comentário(s). Ler/reagir:

Anónimo disse...

… o país enlouqueceu de vez.
Isto não é piada de Carnaval?!

Anónimo disse...

Pelo link de adriana santos cheguei a um post seu interessante: um vídeo com nus famosos e um poema de Ney Matogrosso, um "convite" a fazer e pôr tudo debaixo do pano; parece que estamos a atingir o ponto de fugir para debaixo do pano. Para a clandestinidade.

http://estendal.wordpress.com/

Anónimo disse...

Agora é tudo pornográfico :)
Isto está a ficar o degredo.
1abraço

Anónimo disse...

Não esquecer que em 2004, em Viseu, foi retirado da livraria Polvo, pela polícia, o livro de BD: As mulheres não gostam de foder.
Este ano foi editado " Não me f**** o juzo", censurando o o editor o título original que é explícito. Estamos a falar do livro de um filósofo.

Carlos Pires disse...

Quem manda dá o exemplo (caso Charrua, entre vários outros) e depois os funcionários seguem-no - para mostrar zelo.

Mas não é aí que o problema começa. O problema começa nas tradições, costumes, crenças, etc. (=cultura em sentido sociológico) que promovem desde o berço o conformismo e o medo e o ódio ao debate livre. Este é o país em que quando uma pessoa discorda de outra se apressa a dizer-lhe: "isto é só uma observação, não é uma objecção". Este é o país em que a pessoa que ouve isso raramente responde: "mas que mal faria se fosse uma objecção? Critica-me à vontade, que eu já te respondo".
Essas 2 pessoas são muitas vezes professores, nomeadamente professores de Filosofia. E isso já se passava antes de José Sócrates ter iniciado a sua péssima obra.

Anónimo disse...

Todos nóa cagamos e mijamos.

Mas fica feio e mal cheiroso cagar e mijar no meio da rua ou à mesa do restaurante ou mesmo na nossa sala de estar.

Mutatis mutantis

É feio foder no meio de uma livraria. (casa de cultura?)

Tudo tem um lugar

Para isso também há feiras pornográficas.

Claro que há uns "intelectuais do entulho" que vêm dizer que isso é "coltura".

A mim não me convencem e utilizando a linguagem deles só lhes digo:
-Vão prá puta que os pariu!!!

Anónimo disse...

Alguma dúvida que de cultura se trata? Ou devemos pensar que é teologia dogmática?
Não há palavras boas nem más. As pobres estão sujeitas aos meandros dos que as usam e das épocas.
Um empregado de mesa jugoslavo, enquanto me servia uma cerveja no bar da estação de Mainz, recitou-me um rosário de «palavras feias» que tinha aprendido com emigrantes portugueses em Paris. Não lhe escapou nenhuma. «É a única coisa que sei de português», terminou dizendo.
Pus-me então a pensar que os portugueses são uns tipos de língua porca mas de olhos puros. Podem dizer tudo, mas não podem ler nem ver nada. Os tipos do governo que censuram os títulos dos livros e as suas capas, falam «mal» para mostrarem que são machos de verdade.
Já imagino o desabafo do censor: «esse cona da mãe deve-me ter mandado pró caralho quando proibi essa merda de livro «não me f**** o juizo».
País de brandos costumes? Ou hipócritas com camisa nova comprada com o salário de corno?

Anónimo disse...

E kum kaneko.

Mais me parecia uma foto de um guarda-republicana dos anos 20 do Séc. XX do que os restos de uma carcaça de uma ameijoa mijona.

É por coisas destas que a censura faz falta.
Não se admite que uma coisa destas, inestética e farfalhuda, seja exposta numa livraria.

Com bibalves assim, não me admira que os homossexuais, se multipliquem.

Anónimo disse...

Em pleno século XIX, isso é atraso, será que não tem outras coisas para se preocuparem? não acredito que isso seja pornográfia.
RS