Para não esquecer...

ÀS QUINTAS, VÉSPERAS DE SEXTAS

Mesmo sabendo…, descansem os meus putativos leitores que não vou falar da música de Rui Veloso; mas, dizia eu, mesmo sabendo que é um pouco tarde, se tivermos em mente a cronologia dos acontecimentos, para o que a seguir vem escrito, não quereria deixar de o fazer, até por causa do tão actual, e politicamente correcto, contraditório. Que não se pense, numa conclusão precipitada e redutora, que em Faro só acontece a concentração de motards. Estou a referir-me, bem entendido a acontecimentos de monta e “projecção” internacional.


Não, em Faro, para além do FolkFaro
(que não aprecio. Mea Culpa!),
também tem lugar todos os anos o Festival Internacional de Música do Algarve (FIMA). Não se trata só de música e nem só do Algarve como se poderia entender
(ai o Português).
É um festival de música, dança, e muito mais, que se realiza nos meses de Abril e Maio. Nos tempos das vacas gordas para a cultura, começava em Abril, tinha a sua pujança no mês das flores e prolongava-se bem adentro do mês do solstício de Verão. Era um fartote de acontecimentos musicais, e não só, a fartar uma “vilanagem” bem reduzida, e maioritariamente composta por residentes estrangeiros nestas paragens mais a Sul. E tão baratos que eram os bilhetes! Que se podiam comprar à hora, de tantos lugares vazios que havia; tanto para os espectadores como para os carros dos espectadores. Belos tempos.

Agora os preços e o número dos espectadores subiram na proporção da descida do número de espectáculos. Não em qualidade
(Talvez, sim. Enfim, um bocadinho).
E já não há a concentração dos mesmos na capital do Algarve. Que isto de capital do Algarve, não sei, não. Andam para aí uns cartazes eleitorais
(ou eleitoralistas!?)
que prometem refazer de Faro a capital…

Mas adelante! Vem a propósito deste festival, do qual quis dar notícia na altura, mas que ficou em standby, um dos espectáculos de dança a que assisti na ainda capital do Algarve, até ver. Espectáculo esse apresentado pela Companhia Nacional de Bailado.

E por que razão falo dele agora? Pelo direito ao contraditório, conforme acima explanei, e como sugestão de música para o fim-de-semana que se avizinha. Bem sei que já um leitor do blogue alvitrou, mas quando se trata de música em geral, e de Bach em particular, todas as sugestões são de sopesar. E não são impeditivas. Há espaço para todas, creio.

Então, aí vai: Johannes Sebastian Bach, concerto para cravo BWV 1052
(não me lembro se já foi indicado no aijesus)
e Four Seasons de Milko Lazar. “É uma composição de quatro sonatas para piano e violino da autoria do compositor esloveno, especialmente encomendada para esta criação coreográfica”. Citado do folheto explicativo.

Gostei bastante do espectáculo e já não sei se a música engrandeceu a dança, ou ao contrário.

Sei é que Bach dançado é … um espectáculo. Passe o chavão, embora, aqui, muito apropriado.

escrito por Gabriela Correia, Faro

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