Para não esquecer...

DEMOCRACIA BENFIQUISTA


É público que não entendo patavina de futebol, do futebol-dos-milhões de euros. Tratando-se do futebol do Benfica, entendo menos ainda. E nem me esforço por entender.

É-me, pois, indiferente que Luís Filipe Vieira tenha papado as eleições de hoje no clube do regime anterior ao 25 de Abril, com mais de 90% dos votos. Ou que esta tenha sido a segunda maior votação de sempre do Benfica, mesmo que tendo votado uma percentagem muuuuito minoritária de sócios. O que me preocupa, como sintoma da doença da democracia em que vivemos, a mim enquanto cidadão, é que o candidato da outra lista, para votar, teve que entrar por uma porta lateral, rodeado de seguranças. Se me não engano, as condições de segurança
[da democracia do processo]
deveriam ter sido asseguradas pela outra parte, que, além de candidata, é/era ainda dirigente.

Nenhuma destas trapalhadas teria um significado tão relevante, embora o tivesse, se se limitasse ao mundo do futebol. Mas não. Tenho a impressão de que isto é o reflexo do clima geral, que atinge a própria política no sentido geral. Atinge a própria noção de democracia, reduzida ao seu aspecto meramente formal. Legal. Tão legal ou tão pouco democraticamente transparente como essa tal Fundação para as Comunicações Móveis. E como muitas outras "fundações."

O problema da democracia está em que quem tem interesses nas leis é quem as cria.

escrito por ai.valhamedeus

0 comentário(s). Ler/reagir: