Para não esquecer...

O DIÁLOGO SEGUNDO SÓCRATES

Pinto de Sousa arrancou esta nova fase pós-maioria-absoluta com o apelo ao diálogo. Adivinhava-se, desde então, o que ele entende por diálogo: justificava-o, veladamente
[lapsus linguae?]
pela ausência de maioria absoluta
[de onde se conclui que, tivesse ele maioria absoluta, e marimbar-se-ia para o diálogo -- como provou, aliás, no governo anterior].
Se dúvidas houvesse sobre a pouco dialogante concepção de diálogo do presidente do conselho, este encarregou-se, no discurso de ontem, de esclarecer: dialogar é a oposição ter respeito pelo programa do pê-èsse. Dito por outras palavras, a oposição deve prescindir do seu programa e constituir maioria absoluta
[total. Única]
com o governo.

Ao melhor estilo deste pê-èsse...

escrito por ai.valhamedeus

4 comentário(s). Ler/reagir:

Duque de Lafões disse...

Este não engana ninguém

Infelizmente há sempre gente disposta a deixar-se enganar.

Por isso o conto do vigário se repete ciclicamente.

Nestas rondas a criatura fala, fala, fala...

Os partidos ouvem e, sorridentes, dizem à comunicação social que foram ouvir o senhor presidente do conselho.

Vamos ao dicionário

diálogo = conversação entre duas pessoas

solilóquio = monólogo

Agora cada um escolha a figura de linguagem que se adapta à circunstância

Unknown disse...

Na concepção deste pê-esse,dialogar só pode ser sinónimo de: impôr, ditar, excluir, determinar, mandar. É caso para dizer: vão lá zurrar "prós quintos dos infernos"!

Anónimo disse...

Transcrito
"Ainda estamos no remanso pós-eleitoral, onde todos se vão medindo uns aos outros. E se o PS perdeu a maioria absoluta, a Oposição não saiu bem deste ciclo eleitoral. A liderança e o rumo do PSD continuam adiados, a definhar, desde que Cavaco Silva de lá saiu. Esperam sentados que o cansaço provoque efeitos e que a este governo socialista não suceda outro governo socialista. Todos espreitam a oportunidade de estar no lugar certo, no momento certo, como quem espera uma manhã de nevoeiro. O BE tem uma liderança inquestionável, mas adiou a sofreguidão de substituir o PS na governação. Louçã adiou a arrogância e a visão megalómana de ser primeiro-ministro. O PCP, depois dos combates de rua dos últimos 5 anos, interiorizou a sua insignificância eleitoral e aguarda com paciência de chinês que o capitalismo apodreça. O CDS-PP ganhou um novo alento, mas nada de significativo. Paulo Portas sabe que o seu peso político crescerá à custa do PSD, o que, a verificar-se, remeterá sempre os socialistas para o governo. As desforras estão marcadas para as presidenciais. Até lá, é só gerir o quotidiano, os egos e os afectos. Nada de reformas, nem de mudanças: o pessoal não
gosta

jcosta disse...

Transcrito de onde?
E sendo assim, que fazer?
Resignamos com o diálogo-solilóquio inventado pelo socratino no estertor da República?
Enquanto isso, Pintos, Coelhos, Varas, Penedos, Loureiros e quejandos vão fazendo, diga-se, já sem grande escândalo, da coisa pública a sua coutada e, sem vergonha, declaram aos "seus" órgãos de comunicação social que estão inocentes. E estarão!
Pois continuem a julgar o povo; agora que as eleições terminaram, podem continuar a subir os combustíveis, a aumentar a energia, a afadigarem-se com as "Scuts", a destruir O SNS, a degradar a escola pública, a desertificar o interior; já ninguém se importa: afinal à frente [e atrás] de tudo isto está gente muito séria; que o diga a drª Cândida, como de resto já o tem dito e sem corar.