Começo por uma muito simples declaração de interesse: não mantenho qualquer conluio nem, tão-pouco, estou mancomunado com Manuel António Pina. Enquanto ele escolheu para título da sua crónica de hoje, no JN, A Máquina do Tempo
[está aqui],
e terá as suas fundadas razões, eu, mais prosaicamente, mantendo-me embora em terreno cinéfilo, opto pelo [O] Estranho Caso de Armando Vara. Sei que o realizador lhe chamou benjamim e lhe pespegou Button no apelido, mas, se David Fincher trabalhasse no rectângulo haveria de comover-se com o Armando e não o deixaria sem Vara. Se olharmos para a trama ficcional: alguém que ao invés de envelhecer com o passar do tempo, rejuvenesce, vive, por certo, numa realidade outra que nos permite perceber melhor a inocência do homem do BCP, acusado de embelezar o currículo
[na página do banco]com uma pós-graduação no ISCTE
[tinha que ser o ISCTE!],obtida um ano antes de se ter graduado na afamada UIndependente. Ora, rejuvenescendo ao invés de envelhecer, virá sempre primeiro a pós-graduação e só depois a graduação e é nessa perspectiva, às avessas, que o assunto deve ser tratado e o Armando ilibado. Mesmo o pormenor da frase, em português escorreito, com que se suspende:
Suspenção e não renuncia porque tal poderia ser entendida com assumpção de culpapode bem ser o resultado de uma pontinha de Alzheimer, sintomas que, ainda há relativamente pouco tempo, atacaram Dias Loureiro que, se rejuvenescer, também há-de recuperar a memória. Por este andar quem terá poucas melhoras seremos nós, mesmo se os filmes nos divertem. Haja paciência.
escrito por Jerónimo Costa
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Estranho, por quê?
Terá sido alguma coisa imprevisível ou impensável?
Este vara também tem o curso tirado = assaltado à vara, na mesma universidade do padrinho.
Admirado fico eu com a sua admiração.
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