Para não esquecer...

hoje é sábado 67. TERNURA

Desvio dos teus ombros o lençol,
que é feito de ternura amarrotada,
de frescura que vem depois do Sol,
quando depois do Sol não vem mais nada...

Olho a roupa no chão: que tempestade!
Há restos de ternura pelo meio,
como vultos perdidos na cidade
onde uma tempestade sobreveio...

Começas a vestir-te, lentamente,
e é ternura também que vou vestindo,
para enfrentar lá fora aquela gente
que da nossa ternura anda sorrindo...

Mas ninguém sonha a pressa com que nós
a despimos assim que estamos sós!
[David-Mourão Ferreira]

escrito por Carlos M. E. Lopes

2 comentário(s). Ler/reagir:

vitor m disse...

Parece haver comentadores anónimos interessados em que se fale de tudo menos de religião.
Se calhar, esse tudo é quase nada, dado que claramente não lhes agrada que se ponham em questão dogmas seculares...
Há 30 anos atrás o discurso ambientalista era colado a gente exótica, malucos, profetas da desgraça. Hoje, são os chefes de estado e os cientistas de quase todo o mundo, que se reunem em Copenhaga a tentar encontrar soluções (algumas já tardias) para os problemas do planeta...

Anónimo disse...

Claro que há comentadores anónimos interessados em que não se discuta religião, porque os únicos que sabem de religião são os anónimos. E também são os únicos que sabem de questões ambientais. Os chefes de estado não deveriam meter-se nisso sem o consentimento do Vaticano ou dos anónimos.