Para não esquecer...

O CASAMENTO, SEGUNDO FREITAS DO AMARAL

Freitas do Amaral escreveu sobre o casamento na última Visão. Diz ele que o casamento tem como fim educar os filhos. Para tal saca dos direitos cuneiformes, do código de Hamurabi e de outros impérios orientais. Com certa ligeireza, mas querendo dar a entender alguma profundidade, Freitas do Amaral brinda-nos com a singeleza da sua ideia, fazendo parecer que se trata de uma ideia científica e bem fundamentada na história -- tudo isso para dizer que não concorda com o casamento entre homossexuais.

Freitas do AmaFreitas do Amaralral é um reconhecido mestre do Direito Administrativo, com elogios públicos de um grande mestre como Marcelo Caetano. Mas, tal como se passa com Pacheco Pereira e Vital Moreira, por vezes quer fazer passar por científica uma ideia que não passa de uma opinião política e isso enfurece-me.

Diz ele
que não compete ao legislador regular a felicidade e o prazer dos seres humanos; compete-lhe, sim, procurar evitar o sofrimento e a infelicidade dos mais desprotegidos ou vulneráveis. Ou seja, no que toca ao casamento, proteger os filhos, sobretudo os menores e os incapazes, contra o eventual capricho, egoísmo ou irresponsabilidade de alguns pais”.
A ser verdade, filhos nascidos de união de facto estão desprotegidos? Filhos tidos fora do casamento sofrem? Os casamentos reais
(e entre as grandes famílias)
tinham esse fim? Freitas do Amaral deveria aprofundar os seus conhecimentos do casamento…

Na adopção, os adoptados são protegidos? Então que se permita a adopção por parte dos casais homossexuais… De resto, esta lei, provavelmente, vai cair no constitucional, dado o impedimento da adopção por parte dos casais homossexuais. Veja-se o artº 13º, nº 2 da Constituição da República Portuguesa:
Ninguém pode ser privilegiado, beneficiado, prejudicado, privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever em razão de ascendência, sexo, raça, língua, território de origem, religião, convicções políticas ou ideológicas, instrução, situação económica, condição social ou orientação sexual.
É que, se o casamento é para proteger os filhos, os adoptados, como filhos legais que são, merecem ser protegidos. Então, os homossexuais deveriam poder adoptar e assim cumpriria a sua missão o casamento entre os homossexuais.

escrito por Carlos M. E. Lopes

13 comentário(s). Ler/reagir:

Anónimo disse...

Sempre o mesmo... a pureza e a sabedoria dos que defendem o casamento homossexual e a estupidez e a ignorância daqueles que, como eu, acham que o casamento é uma instituição ou um contrato que nada tem a ver com os afectos mas sim com a relação entre homens, mulheres e crianças e foi neste contexto que foi pensado.
Não sei como com tantas outras formas de resolver o problema da desigualdade porque tiveram que se apropriar da instituição do casamento...

Anónimo disse...

E não se pode ser, simplesmente, contra o casamento ? (ah, há os filhos para educar...)

Anónimo disse...

Parabêns Dr. Carlos Lopes, sabe bem ler opiniões fundamentadas. Pena que sejam tão poucas por aqui.

Ás de Kopas disse...

Curioso.
Todos aqueles que são contra o casamento vêm agora defender o casamento entre homossexuais.
Desde sempre o casamento foi uma união jurídica emtre um homem e uma mulher.

Casamento de um homem com outro homem ou de uma mulher com outra mulher não passa de um modernismo apaneleirado que muitos falsos progressistas e modernistas defendem.

Já dizia o meu amigo Getúlio:

Percebo o amor de dois homems:
de pai para filho - amor paternal;
de irmaão para irmão - amor fraternal;
de tio para sobrinho - amor familiar;
de amigo para amigo

mas porquê meter o "pau" pelo meio???

Freitas do Amaral ensandeceu há muito mas parece que voltou a ganhar juizo e coragem para dar opiniões mesmo contra o seu amigo socretino

Anónimo disse...

"Um mundo em que homens casam com homens e mulheres com mulheres e onde se morre, ou se mata, por uma questão de vontade, requerimento ou decreto"

Um canto fúnebre, um viva à morte, uma lei à não procriação.

Será este o país / sociedade em que o ilustre dr. CL, quer viver?

Trovão da Pradaria

Pau para toda a obra disse...

Chamar "casamento" ao enfiamento do pau pelo canudo acima é não ter nenhuma noção social das coisas da vida.

Dois homens ou duas mulheres unidas num contrato juridico, vá que não vá.
E contra a Lei da Natureza mas, embora mal, poderá ser pelas leis dos homens.

É a lei do extermínio. Por algum lado e de alguma maneira começa o fim das espécies.
Cá na nossa terrinha começa com as leis cretinas.
Dizem os progressistas "não estamos sós". Já são 8 os países que caminham para o abismo.

Linda e recomendável companhia

Anónimo disse...

Ser contra ou a favor do casamento em nada contradiz o casamento entre o mesmo sexo. O direito é igual para opções sexuais diferentes, quem quer casa quem não quer não casa.
Não sei se é Viseu ou este blog...mas pensamentos extremamente retrogadas se manisfestam aqui. Saber história ajudava a estar consciente que a homossexualidade já foi bem aceite socialmente e que os casamentos no passado era uma questão politica ou economica, o amor no casamento é uma evolução social, e a verdade de que há e sempre houve diferentes caminhos sexuais que não são modernismos mas são tão antigos quanto a humanidade (aliás como é referido no comentário a Freitas do Amaral)A ciencia existe não só para o que favorece os nossos preconceitos!

Anónimo disse...

Que tem o casamento a ver com a homossexualidade? Nada... a homossexualidade sempre foi aceite - melhor ou pior - mas aqueles que a defenderam e elogiaram - Sócrates, Séneca e outros - tanto quanto se saiba nunca defenderam o casamento entre o mesmo sexo - por isso é que eram sábios...
confundir casamento com amor é um abuso... o casamento só circunstancialmnte serve o amor, ele apenas visa a protecção dos mais fracos que se encontram na inevitável relãção a dois - primeiro, mulher e crianças... agora, no mundo ocidental menos mulher e mais criança...
o resto são modernices que fazem parte do predomínio da ditadura das minorias que a designada democracia moderna, para abafar os reais problemas sociais, se diverte a discutir.

Quero Lá Saber disse...

Estou-me nas tintas

1- Deixem casar homens com homens
2- Deixem casar mulheres com mulheres

Em 2 gerações acabam todos os socretinos deste país

Kim das Alhadas disse...

Agora até as matemáticas entram na polémica.
No último congresso e perante a pergunta:
- Matematicamente o que é um gay?
redifiniram o conceito e por unanikidade foi aprovado o seguinte:

- Um gay é um cueficiente

Em pro da prole disse...

Um dia destes os homofóbicos deste blog exigirão aos deputados uma lei que obrigue os noivos a jurar que terão filhos; e que descase os que não possam ou não queiram tê-los... porque estão a provocar o fim da nossa terna espécie. Que ternurentos!

vitor m disse...

Grandes homens e mulheres, na antiguidade como hoje, foram/são homossexuais, sem daí advir nem o fim da espécie humana, nem qualquer outro mal para a imensa maioria de heterossexuais (em que me incluo) que habitam este planeta.
O que o chamado "modernismo" pretende é a efectiva igualdade de direitos de todos os cidadãos - e isso deve incluir o direito a usufruir das (poucas) vantagens que o casamento proporciona.
Sendo apenas o 8º país no mundo a permitir tal situação, é natural que os conservadores lusitanos guinchem argumentos de toda a espécie contra a coisa.
Imaginem, contudo, que pertencíamos aos 8 únicos países em que o casamento gay não era permitido.
Que argumentos utilizariam aqui os actuais detractores desta lei?

Anónimo disse...

Quem Sai aos Seus...

Um casal de gays teve um filho (não sei como, mas isso agora não interessa).

Após o parto, foram ao berçário. Todos os bebés choravam menos um.

Um dos gays, babado, diz à enfermeira:

− Ai, não me diga que é o meu…

− Sim − responde a enfermeira − mas escusa de ficar tão contente porque se lhe tirar a chupeta do cu, chora como os outros!...