No menu do frente-a-frente da Sic Notícias de hoje, o prato forte foi o casamento entre homossexuais. Paulo Monta Pinto (MP) "censurou" a Fernando Rosas que este aceitasse o "paralelo" entre o casamento heterossexual e o homossexual e não aceitasse o "paralelo" entre o casamento "tradicional" e o casamento "a três".
[para reivindicar a não-discriminação no segundo caso]
Tenho a ideia
[mas não a certeza]
de que foi este MP
[se não foi ele, foi outro deputado também do PSD]
quem, há tempos, lançou aos quatro ventos uma pergunta do género desta:
"se se aprova o casamento entre homossexuais, porque é que se não aprova o casamento entre pais e filhos?".
Este MP ou é parvo
[quero dizer, não sabe raciocinar]
ou é gajo de má fé. Qualquer raciocínio por analogia deve comparar elementos que tenham características comuns relevantes para a comparação; usando como critério a (não) discriminação, o que se deve comparar é o casamento de heterossexuais com o casamento de homossexuais A comparação entre a proibição do casamento entre homossexuais e o incesto parece tola numa análise pouco atenta; mas uma análise mais aturada revela coisas interessantes. Explico-me...
[para que conste: não vejo problema nenhum em discutir o casamento poligâmico, mas, neste caso, a comparação terá que ser com o casamento monogâmico].
[ou o casamento entre parentes próximos]
[parece um non sequitur],
Entre o casamento de homossexuais e o casamento de parentes próximos, de comum há questões relativas à procriação. A principal razão que impediria o casamento entre parentes próximos é a possibilidade das mal-formações/deformações dos filhos -- e o raciocínio de MP parece ser este: se os homossexuais, que não podem ter "filhos normais", se podem casar, porque é que os parentes próximos se não poderão casar, eles que também não podem ter "filhos normais"?
Tudo indica que no PSD
[tal como no CDS]
floresce a ideia de que o casamento é para fazer filhos. Mas, se a coisa é para ter "filhos normais", então deveriam proibir-se os casamentos de pessoas que não pudessem "fazer" ou "ter" filhos ou daquelas que à partida não pudessem ter "filhos normais"
[exemplos? os alcoólicos a partir de... determinado "grau"; os deficientes identificados como pais "perigosamente geradores de descendência deficiente"; eventualmente os ciganos não integrados; e talvez mesmo os comunistas. Tudo gente que pode gerar ou criar gerações "anormais"].
Numa coisa MP tem razão: independentemente de casamentos homo e hetero, porque é que os pais não hão-de poder casar com os filhos? ou os irmãos com as irmãs? ou, a partir da muito provável aprovação de amanhã, as irmãs com as irmãs ou os irmãos com os irmãos? Sim! porque não?
escrito por ai.valhamedeus
5 comentário(s). Ler/reagir:
Todo este debate é conversa da treta, nada mais.
O casamento em si é um mero contrato que tem por finalidade garantir o normal funcionamento da sociedade com a protecção à mulher que com ela, quer queira ou não, transporta os filhos durante a gestação e com a protecção ao futuro cidadão.
Foi para isso que foi criado. não foi para abençoar ou santificar o sexo. Como bem sabem, ou deviam saber, ele nem sequer surgiu no seio das religiões. O resto é treta.
a garantia de direitos e deveres iguais em qualquer união pode ser feita de muitas maneiras que não se denominem casamento.
Sobre os afectos não se legisla e os afectos, como a vida moderna mostra até à exaustão são a coisa mais volúvel que existe.
as pessoas casam-se para se curtirem mais à vontade e facilitarem a sua existência quotidiana. as que se casam ou juntam por amor será um casal em muitos milhares... o resto é treta herdada do romantismo mas que não se aplica à vida em sociedade.
a ser assim homossexuais, heterossexuais, polígamos, pais, irmãos, primos, parentes, se for vontade excluiva dos dois ou mais cidadãos autónomos e livres que assumam a relação, o problema é deles... não do Estado... ou alguém tem dúvida das multiplas relações de poligamia e consanguinidade que as nossas sociedades toleram, mesmo que a lei as proiba???
Portanto não me venham com cantigas. Qualquer pessoa esclarecida percebe que reivindicar só para este grupo o casamento que não foi criado para eles, é apenas e só uma questão simbólica. Mas como estas minorias são supostamente esclarecidas, devem compreender que a maioria dos casados heterossexuais para quem esta instituição foi inventada, também a tome como questão simbólica. Já agora quero ver qual será a reacção do Estado se surgir um movimento de heterossexuais forte na sociedade que exija, agora pelo lado da esmagadora maioria, um outro nome para esta mesma instituição. O erro neste como em muitos outros casos é querer igualizar aquilo que por essencia não é igual.
Aqueles que argumentam com o fim da escravatura e a assunção dos casamentos entre brancos e negros, só dizem "tontices" pois sabem que brancos, pretos, amarelos, mestiços... são todos seres humanos... variando apenas a cor e apenas e só em função dela é que os direitos fundamentais eram restringidos para uns e ampliados para outros...
aqui nada disso acontece. A lei deve garantir iguais direitos sem ser pela instituição casamento, pois esta tem uma história, um simbolismo e uma tradição...
cada um pode amar quem quiser, levar para a cama quem quiser, mas, de acordo com a tolerãncia que apregoam, não pode obrigar os outros a partilhar uma instituição como o casamento numa realidade diferente daquela em que supostamente o contrataram.
Já agora que se apregoam de tão democratas porque é que inviabilizam a petição de quase 100 mil portugueses para que se faça um referendo sobre o tema?
É a democracia no seu melhor... que em tantas coisas, não por acaso, se parece com os regimees totalitários...
o referendo é um direito democrático, mas estes senhores sabem que neste caso se for exercido, talvez venham a sofrer um revés nas urnas, para tanto, vamos lá impedir o normal funcionamento da democracia, e das leis constitucionais.
Nem os governos totalitários fazem melhor...
tenham uns bons casamentos, façam umas grandes festanças e dêm filhos à nação, a esta e às outras que quer gostem ou não, é um dos pilares base desta instituição que tanto reivindicam.
Porque hoje é um dia feliz para a paneleiragem, quero felicitar o filósofo das Beiras pelo seu excelente post.
Para mal dos seus pevados muito melhor contraditado pelo anónimo de sexta-feira.
Felicitá-lo também por ter publicado o primeiro comentário
Na verdade o casamento sempre foi a união de dois seres de sexo diferente.
Acasalar sempre foi juntar um macho e uma fêmea.
Tudo o resto são modernices defendidas por homossexuais e que os post-modernos concidadãos acham muito bem.
Penso que deve ser um gozo e um rídiculo monumental, amanhã, um político apresentar-se numa recepção com outro "homem" (maricas) ao lado e dizer:
-Apresento-lhe a minha... (faltam-me os termos)
Fico à espera de ver os novos documentos destes cidadãos para saber qual é o sexo registado: masculino ou feminino.
E no caso da adopção qual vai ser o pai e qual vai ser a mãe.
Ou será que a criança vai ter 2 pais ou 2 mães?
Ou o tal "novo casal" apresentar o/a parceira aos amigos:
-Tenho a honra de lhe apresentar o meu marido, ou será marida?
Pobre sociedade que vai parindo gente desta.
Para as pessoas educads e instruídas, fazem o favor de trocar as expressões paneliragem, panaskagem, maricagem e outras similares por "gays" que é uma palavra que pelos vistos se pode empregar sem ofender os tímpanos deste novo grupo taxonómico
Felizmente que os novos casais gays não podem parir, quando muito poderiam cagar algum descendente.
Caro PM,
não seria necessário felicitares-me por publicar o primeiro comentário; na verdade, sempre gostei de discussão de ideias. No caso concreto, acho esse comentário, globalmente, um bom texto (mesmo discordando dele) -- tão bom que estava decidido a "puxá-lo" para um texto independente, no caso de não ser notado; felizmente, não parece ser necessário.
(Entendo que os 2 comentários seguintes descem bastante abaixo desse nível. Mas, enfim...)
O patrão, Sócrates não dá liberdade de voto aos seus deputados na discussão do casamento (?) gay.
Abençoado seja.
No meio da ignorância larvar, ele é o único que parece compreender o sistema eleitoral que nos rege.
Num país com círculos uninominais, capazes de responsabilizar cada deputado, seria legítimo esperar que, em matérias ‘fracturantes’, o tribuno votasse de acordo com os seus princípios e a sua inviolável consciência.
Acontece que Portugal não vive nesse patamar de civilização; vive com um sistema partidocrático em que os deputados servem apenas para encher as ‘listas’ a concurso.
Em rigor, eles não são deputados; são figurantes.
E, quando chegam ao hemiciclo, é natural que votem como o chefe manda porque foi o chefe, e não o ‘povo’, quem verdadeiramente os levou para lá.
Aliás, no nosso infantário parlamentar, o chefe não se limita a impor silêncios; ele pode, como se vê, conceder direito de ruído a cinco ou seis índios, para que brinquem no recreio com os outros cobóis.
Quando o pai é tirano, há sempre filhos e enteados
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