Em artigo de opinião, intitulado "O sexo dos padres", sobre o celibato dos clérigos, escreve Maruja Torres, num naco de prosa belíssimo:
A mim, perdoem que o diga com suma brutalidade, parece-me que o que se deveria discutir era por que os pais católicos -- e até muitos que não o são -- colocam a educação dos seus filhos nas mãos de uns sujeitos que, por melhores que sejam, e não tenho dúvidas de que alguns o são, sofrem uma mutilação emocional importante: a que a privação de sexo acarreta. Isto, na suposição, que estou disposta a aceitar, de que ofereçam a Jesus -- que jamais exigiu esse plus de tortura aos seus discípulos -- o supremo sacrifício de não deixar nunca visitar as partes baixas por mão alheia nem própria.[El País Semanal, 11 de Abril de 2010]
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escrito por ai.valhamedeus
1 comentário(s). Ler/reagir:
Li o texto todo na imagem e adorei.
Sobre o celibato: "Na realidade, a palavra celibato não implica forçosamente castidade (...). Não estou casada, não tenho par. Mas não sou casta. Constitui uma grande diferença a meu favor e da gente que me rodeia (...)".
É verdade que os males referidos "podem ocorrer perfeitamente num mundo laico. Já é suficiente. Não necessitamos, com o aporte de uma religião desfasada, aumentar o número de psiquiatras per capita nem de homens e mulheres decepcionados pela frigidez ou a impotência do outro".
A concluir: "Cibernética de ponta e celibato casto, aliados, só podem produzir monstros".
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