Para não esquecer...

hoje é sábado 94 NOCTIS PROFUNDAE PERVIGIL

NOCTIS PROFUNDAE PERVIGIL

Quando estarei contigo inteiramente só
sem que suba do chão nem eu sei que fantasma
que distorce de leve o som da minha voz
e não é com certeza o teu anjo da guarda

É um cúmplice Um duplo É como sermos dois
a ver a saborear asim que abres os braços
o perfil de falcão de um dos teus corações
a polpa tropical de todos os teus lábios

De joelhos no tapete é afinal o tempo
quem adora comigo a nudez que nos dás
e que é tão comovente e que é tão como o vento
porque passa a correr e nos faz soluçar
[David Mourão-Ferreira]

escrito por Carlos M. E. Lopes

0 comentário(s). Ler/reagir: