No passado dia 24 de Agosto celebrar-se-iam, se fosse vivo, os 117 anos do escritor argentino Jorge Luís Borges, que nasceu em Buenos Aires em 24 de Agosto de 1893.
Considerado talvez o mais importante escritor da América Latina, foi premiado dezenas de vezes em todo o mundo, mas ficou na história da literatura como “o homem que falhou o Nobel”. Três vezes nomeado, viu sempre o prémio ser outorgado a outro.
Eis um poema seu sobre os Portugueses, dos quais ainda lhe restava um ténue (?) fio de sangue a circular-lhe nas veias.
OS BORGES[Jorge Luís Borges, in “O Fazedor”, 1960]
Bem pouco ou nada sei de meus maiores
Portugueses, os Borges: vaga gente
Que prossegue em minha carne obscuramente,
Seus hábitos, rigores e temores.
Ténues como se não tivessem sido
E alheios aos trâmites da arte,
Indecifravelmente formam parte
Do tempo e da terra e do olvido.
Melhor assim. Cumprida a sua faina
São Portugal, são a famosa gente
Que forçou as muralhas do Oriente
E deu-se ao mar e ao outro mar de areia.
São o rei que no místico deserto
Se perdeu e o que jura que não está morto.
escrito por Gabriela Correia, Faro
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