Para não esquecer...

JUNTO AOS RIOS DA BABILÓNIA

Para (tentar) redimir-me dos impropérios de que, por vezes, aqui faço alarde público, declaro que alguns textos bíblicos me seduzem de modo particular. Um deles é o salmo 137, uma "balada" que recorda a deportação dos judeus para a Babilónia. Um triste hino no qual se cantam as recordações da pátria
[seja lá isso o que for. Digo-o eu, que não tenho pátria].
Em tempos muito idos, num momento de insana criatividade, cheguei a pôr no papel meia dúzia de notas musicais, pensando... musicar aquele salmo. Hoje descobri que Charpentier
[entre muitos outros]
levou a bom cabo esse propósito.

O texto:
1. Junto aos rios da Babilónia,
Assentámo-nos a chorar
Lembrando-nos de Sião

2. Nos salgueiros daquela terra
Suspendemos então as nossas harpas

3. Ali, os que nos fizeram cativos
Pediam-nos que lhes cantássemos um cântico.
Os nossos opressores pediam-nos alegria:
"Cantai-nos algum dos cânticos de Sião".

4 Mas, como poderíamos cantar um cântico ao Senhor
Em terra estranha?

5. Se eu me esquecer de ti, Jerusalém,
Fique esquecida a minha mão direita!

6. Pegue-se a minha língua ao paladar,
Se me não lembrar de ti,
Se não puser Jerusalém
Acima de todas as minhas alegrias.

7. Lembrai-vos, Senhor, contra os filhos de Edom,
Da ruína de Jerusalém,
Quando eles gritavam: "Arrasai-a,
Arrasai-a até aos fundamentos!"

8 Filha devastadora da Babilónia,
Feliz aquele que te retribuir o mal que nos fizeste!

9 Feliz aquele que se apoderar dos teus filhinhos,
Para os despedaçar contra uma pedra!
escrito por ai.valhamedeus

0 comentário(s). Ler/reagir: