Para não esquecer...

PEDOFILIA

Nota: Resposta à pessoa que me enviou o artigo. Não conheço o autor.

Sobre este artigo haveria muito que dizer - como sobre todos - porque é a visão de uma pessoa. E cada visão é diferente, nem melhor nem pior na maioria dos casos. Na história actual da pedofilia o monte dos artigos que atacam é igual ao monte dos que defendem. Para mim o drama é mesmo esse. A Igreja decidiu entrar nesta guerra com as mesmas armas dos seus contrários. E é ver
(pelo menos aqui)
a proliferação de artigos escritos por membros da OPUS DEI
(gente que antes nunca tinha escrito uma palavra).
Joga-se com o facto de serem leigos e estarem bem estabelecidos na sociedade. É só ver o comum pormenor de todas as assinaturas: acompanhada de todos os títulos académicos e posição ocupada na sociedade. Na minha opinião isso só tem complicado as coisas: a ver quem atira as pedras mais pesadas. Que queremos provar? Que, contrário ao Evangelho, apesar do nosso pecado sabemos e podemos atirar pedras?

A maior parte dos artigos de pretensa defesa, como o que envias, coxeia da mesma perna e se resume no estafado: «eles ainda são piores do que nós», e essa é uma falsa e perigosa questão. Claro que há pedófilos casados, homossexuais, heterossexuais, psiquiatras, professores, médicos, ateus, crentes, ricos, pobres. Infelizmente é verdade. Mas isso aumenta ou diminui a responsabilidade da Igreja? Ou não é certo que TODOS esses deviam ser objecto da missão da Igreja? Então o argumento usado para minimizar é perigoso porque é falacioso. A Igreja não pode usar a pedofilia de ninguém como poeira para que não se veja a dos seus ministros. A Igreja não devia gastar um cêntimo nem um minuto nesta guerra mediática sem sentido. O que é que o Papa ganha com a descabelada e milionária campanha que o Vaticano está a desenvolver para limpar a sua imagem?

O argumento que apresenta a Igreja como tendo feito mais coisas boas que más, também é ridículo, porque é contrário à sua doutrina. A Igreja não pode usar as estratégias que usam as multinacionais nas assembleias de accionistas. O que importa ao accionista é saber se houve lucros e quanto lhe toca. Não importa o preço. E nós sempre criticámos isso, porque esconde ou justifica a exploração dos trabalhadores e dos recursos.

Se com um só padre pedófilo já teríamos que nos preocupar, imagina quando todos os dias aparece a notícia de uns centos mais...

Na minha opinião o pior desta história é mesmo a maneira como sempre se trataram os casos de pedofilia. E de isso sabemos. Porque conhecemos casos concretos
(e que ainda nem são parte das estatísticas públicas).
Alguns deles viveram toda a sua vida em seminários, colégios e internatos das Missões. Eram conhecidos. Sabes perfeitamente que o mais importante era que não chegasse ao conhecimento público. Tu e eu entendemos perfeitamente a atitude do arcebispo Ratzinger nos seus anos de Munich. Fazia como os outros: descobriram um pedófilo? Muda-se de paróquia, deixa o seminário e vai para pároco, tiram-lhe os escuteiros. O artigo que enviaste ilustra a desgraça desta política, porque um pedófilo não deixa de o ser só porque o transferiram.

Nesta desgraçada política é que está o busilis.

NOS MEANDROS DO SEXO
SOCIEDADE SEXISTA MELINDRADA


António da Cunha Duarte Justo* cf em http://antonio-justo.eu/

Segundo a revista Psychologie Heute, de Março 2010, “na Alemanha anualmente há, aproximadamente, pelo menos 300 a 600 casos de contactos sexuais entre psicoterapeutas e pacientes”. Por muito que isto seja lamentável devido à relação de dependência do paciente para com o terapeuta, não é legítimo estigmatizar os psiquiatras e psicólogos, como a imprensa tenta fazer com os padres. A Universidade de Colónia investigou 77 vítimas de terapeutas verificando que 86% das vítimas eram femininas. Das 77 vítimas 30% já tinham sido vítimas de abusos sexuais na infância. 71% dos terapeutas eram homens com uma idade média de 47 anos. Na Alemanha, segundo a lei, terapeutas que tenham relações sexuais com pacientes tornam-se puníveis. O abuso sexual está na ordem do dia na nossa sociedade.

O abuso sexual de menores nas famílias, independentemente da Pedagogia Reformista, alcança percentagens impensáveis. O sofrimento das vítimas prolonga-se, geralmente, por toda a vida. A libertação sexual e a luta contra os tabus sexuais não deve criar e alimentar o tabu do sofrimento e a escravidão sexual que graça como praga social. Os crimes de alguns padres poderá ter a vantagem de alertar a sociedade a não desviar o olhar e não se tornar cúmplice com o que acontece nas famílias, nas escolas, nas prisões e na justiça. A maioria do abuso de menores dá-se no seio familiar.

É verdade que também na Igreja as vítimas foram ignoradas. A Igreja perdeu de vista as pessoas, ao calar-se e ao desviar o olhar dos abusos. O amor e a confissão não podem levar ao esquecimento das vítimas. Não se justifica porém a campanha intensiva dos Media durante semanas contra a Igreja.

Também nas escolas públicas estatais cada vez mais se tornam públicos casos de abuso de crianças por parte de professores. Associações de Pais e de Educadores na Alemanha exigem a criação de Hotline para o caso de abuso sexual nas escolas, para que crianças vítimas se possam manifestar sob anonimato. Continua discutível se a Hotline será domiciliada no Ministério da Educação ou numa repartição de aconselhamento independente.

Uma disputa séria chama a atenção para a necessidade de se centrar a discussão na situação pessoal da criança. Segundo a Comissão europeia, pelo menos 10 a 20% das crianças menores de 14 anos sofreram de abusos sexuais. Bruxelas quer agravar sanções contra a pedofilia nos estados membros.

Para se ter uma ideia da campanha tendenciosa contra a Igreja e a instrumentalização ideológica dos casos de pedofilia na Igreja, basta referir as estatísticas da USA onde em 42 anos 958 padres católicos e pastores protestantes foram acusados de abuso sexual de menores, tendo sido 54 condenados.

O que é de admirar é o facto de serem referidos mais casos de pedofilia entre pastores do que entre padres. Também, contrariamente ao resultado de investigações científicas, se procura estabelecer uma conexão causal entre celibato e abuso de crianças.

No mesmo espaço de tempo foram condenados 6.000 professores de ginástica e treinadores desportivos na USA. Disto ninguém fez notícia. A campanha secularista contra o cristianismo tenta deslegitimar a moral da Igreja católica na sua diaconia em hospitais e escolas… Estão-se marimbando para os réus ou para as vítimas. Um laicismo agressivo e militante propaga a ideia de que as crianças se encontram em perigo nas escolas da Igreja. Esquecem que, pelo facto de haver pedófilos na escola do Estado, ninguém diria que a escola é um perigo.


Do Fanatismo Religioso para o Fanatismo Ideológico

Também o ressentimento dos adversários da Igreja conduz ao esquecimento das vítimas. A rede de propaganda é de tal ordem e tão cerrada que, qualquer pessoa com formação média poderá constatar, sem mais, a lavagem ao cérebro do cidadão, em via. A acção coordenada de campanhas cíclicas anticristãs a nível de toda a União Europeia são o melhor testemunho da boa organização e das redes de uniões secretas, grupos marxistas materialistas e ateus. Para isso bastaria fazer-se um estudo comparativo dos títulos de todos os meios de comunicação social, em todos os jornais da Europa; quase se repetem. Quer-se, a todo o custo uma União laicista baseada num republicanismo jacobino. O capitalismo e o progressismo não admitem rivais!

O fanatismo que na Europa já parecia ter sido superado renasce com a União Europeia no fanatismo secularista e partidário contra a Igreja; desvia assim a atenção do cidadão, da criação duma sociedade base cada vez mais pobre e da bancarrota dos Estados. A pretexto de alguns padres pedófilos, a opinião publicada na TV, Internet, rádio e jornais fomenta o preconceito de que a igreja é o vale dos hipócritas e dos pedófilos. A má consciência e a má intenção são capazes de tudo!

Os militantes do fanatismo em vez de coordenarem forças, com todas as pessoas de boa vontade, em defesa das vítimas e dos oprimidos aproveitam-se dos crimes de alguns para incriminar toda uma instituição. A eles só lhes importa assunto para fomentar o seu poder seja à custa de quem for. A igreja já ultrapassou o seu fanatismo religioso militante, agora encontramo-nos, a nível europeu, na era do fanatismo militante secularista e ateu. Sabem que o povo mais desacautelado, é inocente, se deixa levar!

Muitos aproveitam-se do carrossel dos média e outros aproveitam a boleia. Por isso falam da responsabilidade da Igreja e calam a responsabilidade dos criminosos, como se estes fossem menores. O cardeal alemão Karl Lehmann diz num artigo do
DIE ZEIT: “já há muito que se procura a culpa primeiramente no colectivo e quase sempre no Sistema”.

Apoio a Igreja mesmo que ela não me apoie a mim. Antes combatia a instituição eclesial como era moda nos anos 70. Tenho experiência a nível de Igreja e de alguns partidos.

A Igreja, nalguns pontos, a nível superficial, é retrógrada; porém, a nível da visão do Homem e da sociedade (cf. Encíclicas da doutrina social da Igreja) é, de longe, mais progressista e avançada que qualquer partido. A sociedade só conhece dela o folclore e aquilo que lhes importa para se afirmarem à sua custa. A Igreja é, ao mesmo tempo, pecadora e santa como toda a pessoa de boa vontade. Já os Padres da Igreja falavam da Igreja “casta prostituta“. A Igreja, como instituição, é tão pecadora e tão santa como a sua comunidade, os seus membros. Estes são homens e mulheres com tudo o que lhes pertence: o bem e o mal.

Os fariseus secularistas cospem no farisaísmo da Igreja; o mal está presente em toda a parte mas na Igreja brilha mais. Por todo o lado cheira a próximo. Ela é prostituta mas só ela é mãe e pode proteger e guardar o tesouro da fé cristã; sem a mãe, com a morte do indivíduo, morria a tradição.

A fé mantém-me na Igreja. Eu manteria a fé na Igreja de Jesus Cristo, mesmo sem a instituição. Admiro na Igreja a adoração dum Deus que é todo Homem e dum Homem que é todo Deus. Precisamos de crentes e ateus, precisamos de todas as vozes que clamam à terra, vozes que clamam ao céu, para juntos tornarmos o mundo melhor!

A doença da pedofilia, no dizer dos peritos, é muito difícil de diagnosticar e corresponde a uma inclinação profunda e incurável. Pedófilos exploram a necessidade de dedicação das crianças.

*Alemanha, Jornalista Free

8 comentário(s). Ler/reagir:

Anónimo disse...

Não vale a pena andar com "rodriguinhos". de algum tempo para cá - não muito tempo na história da humanidade, diga-se - a pedofilia é crime. Ponto final.
tanto quanto se saiba a lei é igual para todos - incluindo servidores da igreja.
Como as sociedades ocidentais são laicas a lei por princípio aplica-se a todos os cidadãos onde naturalmente se incluem os "minsitros" da igeja.
o resto é conversa. bons e maus há em todos os lugares e instituições. dizer que a igreja é uma porcaria porque tem um pedófilo ou um milhar é indiferente. a igreja não são os homens que por lá andam mas sim a doutrina e o serviço ao outro.
os homens se não cumprem a lei têm que se submeter às respectivas penas... TODOS OS HOMENS.
A M

M A disse...

Se «a igreja não são os homens que por lá andam mas sim a doutrina e o serviço ao outro» pode-me explicar quem é que faz a doutrina e presta o serviço aos outros?.
Isso pode explicar a pedofilia: como não são homens...

Anónimo disse...

não tem nada que explicar: quem lá anda e comete crimes deve ser julgado como qualquer outro. acho que não tem nada de mais. é preciso separar o trigo do joio... afinal de contas os criminosos dentro da igreja são uma pequena minoria...

M A disse...

Mas se a igreja não é a gente, como é que nela pode haver criminsos? Não será mania de perseguição? Mas estamos de acordo em que a Igreja não pode ser pedófila. Nem pode cometer nenhuma tipo de crime.

Zé d' Asseca disse...

Zé d'AssecaTexto chato e comprido como a espada de Afonso Henriques.

A justiça é que é uma merda
a sociedade outra ainda maior

Se eu mandasse punha os pedófilos pendurados de pés num qualquer pelourinho público

Infeliamente isto já não é como no meu tempo

Em que era bonito fumar
e feio levar no cu

Zé da Asseca

Anónimo disse...

Podia ser feio, mas levava-se à mesma.

Anónimo disse...

Já agora, senhor e últiimo anónimo, me diga:

- Levat nos fundilhos faz doer

Anónimo disse...

Não faço a mínima ideia. Diga-me você!