Para não esquecer...

CONSIDERAÇÕES EM TORNO DO NOBEL DA PAZ

Não é novidade nenhuma para os leitores do Ai Jesus! que eu tenho em pouca consideração algumas "coisas", geralmente consideradas com muita... consideração, das nossas repúblicas ditas democráticas. A lei é um exemplo. À partida, não tenho qualquer estima pela legalidade: se uma lei é justa
[ponho de lado, agora, o carácter polémico do conceito],
respeito-a; caso contrário, olho-a como os dejectos que alguns cães deixam ao fundo das minhas escadas -- são perigosos porque fedem de um modo insuportável.

Vem isto a propósito do Nobel da Paz atribuído, este ano, ao chinês Liu Xiaobo. Tenho muito pouca informação sobre o premiado
[Cavaco Silva, pelos vistos, também. Com a diferença de que eu sou um anónimo cidadão... Bem... êhh... êhh... o actual presidente da República é o que se sabe, coitado!...].
A China reagiu mal, o que não espanta ninguém. Mas há uma justificação curiosa para a alegada "obscenidade" do prémio: o premiado, diz o governo chinês, "é um criminoso, condenado pelo sistema judiciário e sujeito às leis chinesas". Isto seria digno de gargalhada, se não fosse a lógica de todas as "democracias" ocidentais em que temos de viver. Explico-me, com um exemplo: os governos de Sócrates já alteraram mais do que uma vez a lei, quando a lei não estava de acordo com o que o governo queria
[exemplos? vários!].
É inevitavelmente assim, quando quem faz a lei é quem pode
[e é assim também nas ditas democracias].
Liu Xiaobo é criminoso por ter sido condenado, à luz de leis feitas por medida e encomenda do governo chinês?! Vão os governantes chineses meter essa no tal buraco de um governante português que tem governado segundo a mesma lógica!

escrito por ai.valhamedeus

2 comentário(s). Ler/reagir:

José Cunha disse...

É caso para perguntar:para quando o prémio Nobel para um daqueles ou para aqueles que lutam pela democracia nas "democracias" ocidentais?
Por cá, o governo não só faz as leis à sua medida, como as interpreta de acordo com as suas conveniências ou simplesmente as viola com total impunidade e falta de vergonha (não se dando sequer ao trabalho de as mudar),Se é que ainda há alguma vergonha nesta "...ditosa pátria, minha amada."

Anónimo disse...

Se soubessem o que sofrem os jovens desempregados à procura de outro emprego,devido a despedimento por leis injustas( de compadrio com os patrões), portanto com experiência de trabalho, até se vos arrepiavam os pêlos do corpo todo.
O meu coração de mãe e de cidadã que quis dar, sozinha, uma formação superior, com algum sacrifício, à sua única filha, queda-se mirrado perante tanta iniquidade.
E não se podem defender! É tudo feito online.
Gabriela