Lisas, as costas da mão;
[David Mourão-Ferreira]
cerrada, rugosa, a palma:
teu corpo deixou-me a alma
na sombra da confusão.
Lisas as costas da mão:
mas por dentro, lá por dentro,
que labirinto sangrento
as unhas encontrarão!
Ai, quando a palma se alcança!
Ai, quando a alma se acalma!
Na superfície da palma,
que sorriso de criança!
Ai! quando a palma se alcança,
logo, no dorso da mão,
veias, nervos, mostrarão:
inquietação, desesperança!
escrito por Carlos M. E. Lopes
hoje é sábado 109 PALMA
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